Folha 8

ISABEL DOS SANTOS MANTÉM PORTUGAL NA (SUA) CARTEIRA

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ASonangol vai manter a posição accionista no banco português Millennium BCP, investimen­to que já produziu rendimento, afirmou no 18.10 a presidente do Conselho de Administra­ção da petrolífer­a angolana, Isabel dos Santos, em Londres. Questionad­a num evento promovido pela Thomson Reuters, sobre o potencial impacto da investigaç­ão judicial ao antigo vice-presidente de Angola Manuel Vicente nas relações da Sonangol com Portugal, Isabel dos Santos garantiu que continua a usar os serviços de empresas portuguesa­s em Angola. Quanto ao BCP, lembrou que a posição accionista aumentou em cerca de 1%, para 15,24% durante o au- mento de capital realizado pelo banco, em Fevereiro deste ano. “Acabámos de reforçar essa participaç­ão e temos tido um papel activo na Administra­ção. Vemos a nossa relação nesse sentido a reforçar-se e a continuar”, destacou. A presidente da Sonangol considerou que o BCP “é um bom investimen­to. Os números falam por si: a Sonangol comprou as acções a um preço baixo e já tivemos rendimento do nosso investimen­to. Acho que vamos manter a nossa posição accionista”. Sobre o futuro do banco, aguarda a reunião da Administra­ção do Millennium BCP, para a qual foram nomeados novos membros, no âmbito da entrada do grupo chinês Fosun, que reforçou a sua participaç­ão para cerca de 25%. “Ainda não discutimos na Administra­ção qual é a visão para o futuro. Houve a nomeação de novos administra­dores devido à mudança de estrutura accionista. Assim que estiver concluída, os accionista­s vão decidir qual vai ser a sua política de investimen­tos, se será na Europa ou noutro sítio”, adiantou. O relatório e contas de 2016 da Sonangol indicou que o investimen­to da Sonangol no banco português começou em 2007, então com 180 milhões de acções (que no final de 2015 chegaram a cerca de 10,53 mil milhões), inicialmen­te no valor de 525,6 milhões euros. Dez anos depois, o saldo desse investimen­to representa um “justo valor”, nas contas de 2016, de 150,4 milhões de euros, contra o saldo inicial de 516,1 milhões de euros nas contas do final de 2015, representa­ndo uma perda potencial de 365,7 milhões de euros, refere a petrolífer­a angolana. Recorde-se que o Banco BPI (Portugal) concretizo­u no dia 5 de Janeiro de 2017 a venda de 2% do Banco de Fomento de Angola (BFA) à Unitel, passando a operadora do regime a controlar o banco. “Em consequênc­ia da concretiza­ção desta transmissã­o, as participaç­ões do Banco BPI e da Unitel no BFA passaram a ser de, respectiva­mente, 48,1% e de 51,9%”, lê-se na informação então enviada pelo BPI à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM) de Portugal. Em consequênc­ia do negócio, Fernando Ulrich e José Pena do Amaral renunciara­m aos cargos de presidente e vogal do Conselho de Administra­ção do BFA, refere ainda a informação ao mercado. Os accionista­s do BPI tinham aprovado em 13 de Dezembro de 2016, à segunda tentativa, a venda parcial do BFA pelo BPI, perdendo este o controlo do banco angolano que fundou no final da década de 1990. Em Setembro de 2016, a administra­ção do BPI, liderada por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich, propôs a venda de 2% do BFA à Unitel, por 28 milhões de euros, tendo apresentad­o essa operação como a “única solução” para o BPI conseguir cumprir as exigências do Banco Central Europeu de redução da exposição ao mercado angolano, onde Frankfurt entende que a supervisão bancária não é equivalent­e à europeia

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