A MORTE DE EDUARDO MONTEIRO CATCHINDIMBI
O secretário municipal do partido UNITA em Cambundi-catembo, Eduardo Monteiro Catchindimbi, foi encontrado morto dia 16, de madrugada, no terreno baldio do aeródromo daquela circunscrição a sul de Malanje. A vítima de 43 nos de idade, professor de profissão apresentava escoriações nos tornozelos, com sinais de asfixia e com uma pá sobre a caixa torácica, presumivelmente usada pelos agressores. A conselheira da Liga da Mulher Angolana (LIMA), na região, Maria da Conceição Manuel, disse não existir qualquer razão para o assassinato de um cidadão exemplar. “Eu ao vir da igreja encontro as pessoas a correrem por que aí o professor Eduardo morreu, fui atrás e encontrei o corpo estendido ao lado da pista”, afirmou, justificando “não tinha briga com ninguém, não discutiu com ninguém (…) só encontramos o corpo”. O segundo secretário municipal do “Galo Negro”, Ângelo Ernesto Tchicomba, afirmou que a morte de Eduardo Monteiro Catchindimbi é uma perda irreparável meses após as quartas eleições gerais no país. “Agora fiquei a sós, não tenho como fazer, como aguentarmos a caravana”, disse, exemplificando “era um dirigente que nunca ficou cansado, e isso aconteceu na minha ausência, estive fora e quan- do regressei encontro esta catástrofe mais um luto no seio do partido, menos um quadro e fiquei a chorar lágrimas secas”. O laudo médico apontou o estrangulamento como provável causa da morte, de acordo com o responsável do corpo médico na municipalidade, Afonso Agostinho Lumba. “Segundo o relatório médico foram encontradas algumas lesões, por que a vítima apresentou resistência enquanto estava a ser estrangulado”, precisou. Alcides Sakala disse que o seu partido recebeu a notícia do seu militante e dirigente local, com revolta e lamenta que as autoridades não estejam a fazer nada para estancar a onda de perseguições e mortes pelo país. Entretanto, o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva encontrou-se com o Presidente da República, João Lourenço, com quem abordou aspectos relativos à reconciliação nacional e aos ex-militares, admitindo-se que terá falado também dos assassinatos dos militantes do seu partido por elementos supostamente ligados ao MPLA.