Só A VERDADE… CURA
Por cada mil nados vivos em Angola, morrem 156 crianças até aos cinco anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). É mentira, afirmou no dia 16 de Dezembro de 2016, em Luanda, o anterior ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, ao revelar que – segundo as suas contas – a taxa de mortalidade infantil passou nos últimos cinco anos de 115 (não 156 como diz a OMS) para 44 por cada mil nascidos vivos. Tudo leva a crer que o ministro não sabia o que dizia e, claramente, não dizia o que sabe. São os custos de ser membro de um governo que se julga detentor da verdade e, por isso, formata o pensamento dos seus ministros e similares. Estamos em crer que com Sílvia Lutucuta será diferente. Segundo a OMS, Angola (pensamos que só existe uma) aparece na cauda da tabela da mortalidade infantil mundial e foi o país com a segunda mais baixa esperança de vida em 2015. Segundo o relatório da OMS, por cada 1.000 nados vivos morrem em Angola 156,9 crianças até aos cinco anos, apresentando por isso a mais alta taxa de mortalidade mundial em 2015. Além disso, em cada 100.000 nados vivos em Angola morrem 477 mães, neste caso distante da Ser- ra Leoa, onde para a mesma proporção morrem 1.360 mulheres. Aquela organização das Nações Unidas (Luís Gomes Sambo foi director Regional da OMS para África numa época em que pensava pela sua própria cabeça) referiu igualmente que a esperança média de vida à nascença em Angola cifrou-se nos 52,4 anos, apenas à frente da Serra Leoa, com 50,1 anos. Contudo, em Março do ano passado, na apresentação dos resultados definitivos do recenseamento da população angolana, realizado em 2014, o Instituto Nacional de Estatística de Angola anunciou que a esperança média de vida no país passou a estar fixada em 60,2 anos. Esse recenseamento concluiu que as mulheres angolanas aspiram agora a viver até aos 63 anos e os homens até aos 57,5 anos, num universo de 25,7 milhões de habitantes. Já para a OMS, essa esperança de vida foi em 2015 de 54 anos nas mulheres e de 50,9 anos nos homens, para um universo de 25,022 milhões de habitantes. Segundo o relatório estatístico da OMS, em Angola, a expectativa de uma vida saudável à nascença é de apenas 45,8 anos, igualmente uma das mais baixas do mundo. A OMS refere que perto de metade da população angolana (49%) tinha acesso a fontes de água potável em 2015, o segundo pior registo em 47 países africanos, enquanto o acesso a saneamento abrange 52%, a 11.ª posição no mesmo grupo. O relatório estima ainda que cada angolano com mais de 15 anos terá consumido o equivalente a 7,6 litros de álcool em 2015. E acrescenta que a cada 1.000 angolanos não infectadas por HIV, com idades entre os 15 e os 49 anos, surgiram em 2014 uma média de 2,1 novos casos da doença. Em 2014, segundo a OMS, em cada 100.000 angolanos, 370 tinham tuberculose.