JES SAIU, DISSE «ESTOU A VIR» E JÁ CHEGOU II
Sua Excelência, não saiu de livre vontade, foi obrigada a sair e seria bom que vivesse ainda anos que cheguem para ser possível acertar as contas de “sumir” que ele deixou como legado ao povo angolano. Um dos piores legados do mundo como referiu Severino Carlos. Antes de se pôr a milhas do poder político – ao partir ele disse claramente «Estou a vir» -, tomou as suas precauções no que toca à sua segurança, à da sua família e à dos seus parceiros de negócios, isso mesmo, a desses predadores que debicaram a-seu-bel-prazer durante 4 décadas o erário público. Entre parênteses, diga-se se passagem, o último da lista a debicar é precisamente JLO. João Lourenço foi, de facto, digno executante de um projecto grandioso, característico do seu MPLA. Usou e abusou dos meios de transporte do Estado nas suas deslocações e na transportação das populações levadas de longas distâncias e assediadas para assistir aos seus actos; utilizou os aposentos ou hospedagens e serviços protocolares do Estado; nas vestes de simples candidato a deputado manteve-se cuidadosamente numa indefinição das suas funções, ora ministro da Defesa, ora secretário-geral, ora cabeça de lista do MPLA; com o fito de favorecer o seu partido. Quer dizer, mostrou-se merecedor da “fezada” de Sua Excelência depois de ter engolido alguns sapos antes de partir para a conquista do poder sob a égide do glorioso MPLA. A verdade é que Sua Excelência lhe cortou as asas, decretou alguns dias antes de sair que jamais ele poderia mexer nas patentes dos mais altas patentes militares, fez sair um decreto institucionalizando benesses polémicas em favor de ex-presidentes da República, ou seja, em seu favor, e promulgou uma amnistia a decretar o perdão a todos os que nestes últimos anos tinham roubado o Estado. E isso, jubilemos, pelo que parece ser, JLO não está disposto a tolerar. A seguir na próxima edição.