Folha 8

GRECIMA VIROU LOURECIMA

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O novo Presidente da República que beneficiou de toda a máquina do Estado e do seu partido para chegar ao poder, não se importando se através de um processo legal ou ilegal, não questionou, nunca a fraude, a batota, a parcialida­de da CNE e dos órgãos públicos que deveriam se pautar pela lisura e a transparên­cia. Seria bom ouvir-se nos seus discursos, que as reclamaçõe­s dos partidos da oposição e da sociedade quanto a fraude e batota nos procedimen­tos da CNE e a parcialida­de da Comunicaçã­o Social levariam a um novo paradigma, com os ajustes que se impõe. Mas até aqui, não se pode falar da fraude e batota se ela, nos beneficia e como beneficiou, um candidato desconheci­do, sem carisma, mas contando com uma máquina pública e órgãos paralelos, aos órgãos do poder do Estado, como o GRECIMA colocaram tudo, para endeusar Lourenço e diabolizar Samakuva e Chivukuvuk­u. O GRECIMA criado por Eduardo dos Santos é daqueles órgãos cujo objecto é segredo de Estado, uma vez servirem apenas uma corrente, logo o seu desmembram­ento deveria ser como o nascimento, sem grande fanfarra. Mas, para muitos foi positiva a sua extinção, no entanto, ela não é eficaz, foi apenas para inglês ver, porquanto, não carecia um despacho ruidoso, quando afinal, não se verificou a extinção do GRECIMA, mas sim a sua transforma­ção. Com tanto ruído se o órgão era pernicioso, não lhe serviu na campanha eleitoral, o mais sensato seria a diluição do seu património, pelos órgãos públicos de comunicaçã­o social: TPA, RNA, ANGOP e JA, mas preferiram outro caminho. Assim, depois de tanta palhaçada, afinal, a máquina diabólica, passa para a alçada do porta-voz do Presidente da República, eis a cosmética na sua máxima expressão, afinal o GRECIMA não foi extinto, apenas virou LOURECIMA. Por tudo isso não me parece, tenha sido prudente tanto ruído e achincalha­mento público de Manuel Rabelais, membro do Comité Central e refastelad­o nas poltronas do Parlamento, como deputado da bancada do MPLA, quando afinal mudaram as moscas, continuand­o as mesmas “fezes” discrimina­tórias. Por essas e por outras o MPLA está a mostrar ser um autêntico saco de gatos, não preparado para nenhuma verdadeira mudança. Se houvesse uma verdadeira e imparcial CNE (Comissão Nacional Eleitoral), cumpridora da lei eleitoral, capaz de publicar os resultados eleitorais, marginais a batota, o país, muito segurament­e, já estaria em guerra. O MPLA não aceita perder o poder, nem mesmo a maioria no parlamento... Se entre eles é assim, alguém de bom senso, fora das pistas da euforia, acredita, que se resignaria­m ao silêncio, aceitando uma verdadeira mudança de regime, com um Presidente da República e da Assembleia Nacional da Oposição? Só um louco seria capaz de acreditar e nós não somos, pois se dúvidas ainda houver, assistam o documentár­io... Mas continuare­i a dar o benefício da dúvida, ao novo inquilino da Cidade Alta, João Manuel Gonçalves Lourenço, até ao dia 100.

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