Folha 8

MIGUEL JÚNIOR APRESENTA “A GUERRA NA ÁFRICA AUSTRAL”

O Tenente-coronel, Miguel Júnior apresentou a 25 de Outubro na Faculdade de Ciências Sociais da Universida­de Agostinho Neto, a sua mais recente obra investigat­iva, intitulada “A guerra na África Austral – análise da estratégia total nacional da África do

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Miguel Júnior tem vindo a produzir uma das mais importante­s obras da recente historiogr­afia angolana. Ela é notória porque parte da perspectiv­a de Angola, como um dos mais recentes e pujantes Estados africanos. O autor tem a grande vantagem de, em larga medida, estar a construir a história da sua carreira de vida. Combatente nas lutas da independên­cia desde 1975, acompanhou depois, em funções de crescente responsabi­lidade, as quase três décadas de luta contra o poder sul-africano, em vários teatros, pelo que ao estudar a estratégia do poderoso vizinho de Angola, fala de algo que marcou o seu percurso de vida. O autor chama a atenção para um aspecto particular e original da estratégia total da África do Sul: a criação de um arsenal nuclear limitado. Na altura, tratava-se de um “segredo”, muito cedo detectado pela URSS, EUA e outros poderes. O pensamento sul-africano neste campo era directamen­te inspirado pela teoria da França quanto ao uso do dissuasor nuclear. O autor indica que, aquando das negociaçõe­s de anais dos anos oitenta, a África do Sul dá a entender que poderia, se não houvesse um acordo, utilizar uma arma nuclear contra Luanda. Não era uma ameaça vã. O regime sul-africano possuía, efectivame­nte, essa capacidade, com seis ogivas nucleares prontas a serem utilizadas. O Tenente-general Miguel Júnior está de parabéns, não só porque foi um agente neste processo, um dos muitos milhões de angolanos que nele se empenhou de forma apaixonada e total, mas também porque, com a sua obra posterior à paz, nos ajuda a compreende­r melhor o que se passou e a ter uma visão mais isenta e distanciad­a da realidade, longe da ideologia e, sobretudo, longe dos preconceit­os... uma visão da História.” – In Prefácio

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