SALVADOR DO BPC NÃO MERECE PRÉMIO NOBEL DE ECONOMIA MAS DE MEDICINA
Oantigo secretário de Estado do Orçamento angolano, Alcides Safeca, foi no dia 01.11, eleito como novo presidente do Conselho de Administração do estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC), o maior em Angola, substituindo Ricardo D’abreu. Como banco público, a instituição resolveu também recompensar os bajuladores do regime, mesmo que estejam ainda em convalescença da remoção da coluna vertebral. É o caso de Fernando Heitor, nomeado administrador Executivo do BPC. A decisão foi tomada em assembleia de accionistas daquele banco, realizada em Luanda, após a nomeação do anterior presidente do Conselho de Administração, que saiu para o cargo de secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República. Ricardo D’abreu renunciou à sua função, “por incompatibilidade”, na sequência da sua nomeação pelo Presidente João Lourenço. Por inerência de funções, o presidente do Conselho de Administração do BPC é também presidente da Comissão Executiva. A Assembleia-Geral de accionistas procedeu ainda à “alteração parcial” dos estatutos do banco, no que toca à composição do Conselho de Administração, que passa a integrar 13 administradores, sendo nove executivos e quatro não executivos. Fernando Heitor, economista e antigo deputado da UNITA, que no partido tinha a pasta das finanças públicas, que se incompatibilizou em 2017 com a liderança de Isaías Samakuva tendo-se convertido às santificas virtudes do regime do qual dizia cobras e lagartos, faz parte das alterações aprovadas, sendo eleito como administrador executivo. Em Agosto de 2008, o Jornal de Angola escrevia que “Fernando Heitor, com tiques savimbistas de triste memória, com esgares de Jack o Estripador, também falou de milhões de dólares desaparecidos no pântano da corrupção. Heitor e a UNITA devem saber para onde foram os biliões de dólares dos diamantes de sangue”. Certamente que agora, por ordens superiores do ministro tutelar, João Melo, o Jornal de Angola vai apresentar uma enciclopédia de louvaminhas sobre Fernando Heitor, admitindo-se até que o considerem o sipaio do ano.