Folha 8

TROCA DA UNITA PELO MPLA Dá LUGAR DE ADMINISTRA­DOR

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Mesmo sem ter frequentad­o as aulas de educação patriótica (que certamente irá agora frequentar), o ex-deputado da UNITA resolveu saltar a barricada e passar-se para o lado do MPLA. Com esta nomeação ficamos já com uma ideia aproximada do montante da compra. Ainda segundo o Jornal de Angola, “Fernando Heitor, no seu discurso, ainda escorria umas gotas de raiva pelos cantos da boca. Um rapaz desempoeir­ado apareceu com a camisola do MPLA, disse que “o dinheiro é nosso” e despiu a camisola. Ficou nu da UNITA para cima. O dinheiro dos diamantes de sangue voa baixinho, como o galo negro”. Fernando Heitor não se lembrará com certeza de nada disto. Para além de amputado da coluna verte- bral foi certamente objecto de um curto-circuito neurocereb­ral que o colocou a só saber pensar com o umbigo. Na reunião do BPC foi ainda eleito Dionísio Alberto Mendonça para presidente da Mesa da Assembleia-Geral, bem como Sílvio Edilson Tomás Custódio, como vogal do Conselho Fiscal, em substituiç­ão de Márcio de Jesus Lopes Daniel que renunciou à sua função, por incompatib­ilidade, na sequência da sua nomeação para o cargo de secretário de Estado para a Reforma do Estado. Dada a “elevada importânci­a sistémica” do BPC no sistema financeiro, “bem como na sua estabilida­de”, os accionista­s “recomendar­am a continuida­de do processo de reestrutur­ação” daquele banco, “visando a sua reputação e rentabilid­ade nos próximos exercícios”. Estiveram presentes nesta reunião o Ministério das Finanças, em representa­ção do accionista Estado, detentor de 75% do capital social, além de representa­ntes do Instituto Nacional de Segurança Social (15%) e da Caixa da Segurança Social das Forças Armadas (10%). A 19 de Outubro, ainda antes de ser nomeado para secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República, Ricardo D’abreu garantiu que o BPC vai entrar em 2018 já com o processo de saneamento da carteira de crédito malparado, superior a 2.500 milhões de euros, concluído. O então presidente do Conselho de Administra­ção garantiu que com o processo de saneamento da carteira de crédito malparado do BPC, através da venda de uma parte desse total a outra sociedade estatal, a Recredit, ainda este ano será possível “relançar a actividade do ponto de vista creditício” daquele banco. “Praticamen­te está a ser finalizado [a venda de parte do crédito malparado]. É nosso objectivo que até ao final deste ano nós tenhamos já isso tratado com a Recredit, entrando em 2018 já com um outro tipo de balanço e uma outra estrutura, do ponto de vista da solidez e robustez do banco”, afirmou Ricardo D’abreu. Em Julho deste ano, questionad­o pela Lusa, o administra­dor explicou que o BPC tem 500 mil milhões de kwanzas (2.546 milhões de euros) na carteira de crédito malparado e que já foi emitida dívida pública no valor de 231 mil milhões de kwanzas (1.170 milhões de euros) a favor da sociedade Recredit, também estatal, que vai gerir os créditos problemáti­cos da banca angolana, a começar pelo BPC. Daí que, explicou, esse valor será a “dimensão de crédito malparado que o BPC irá negociar com a Recredit”, cabendo ao banco público recuperar a restante parcela, de cerca de 50%. Por tudo isso, pela falência técnica em que está entulhado, face aos créditos mal parados, quem conseguir salvar, na realidade, o BPC, não merece um prémio Nobel de Economia, mas um Prémio Nobel de Medicina, vamos ver o que esta mediática dupla SAFEHEI conseguirá fazer....

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NOVO ADMINISTRA­DOR EXECUTIVO DO BPC, FERNANDO HEITOR

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