QUEM PARTE E REPARTE… CONTINUA A CORRUPÇÃO COM OS EX-MERCENÁRIOS...CUBANOS
OGoverno quer cortar quase 1.500 milhões de euros nos custos com o fornecimento de bens e serviços. Excelente notícia. Entretanto, o Ministério da Defesa, até Agosto gerido pelo actual Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço vai gastar 25 milhões de euros com a empresa cubana Antex, que já fornece professores e outros profissionais a Angola. Recorde-se, que fornece estes profissionais e não só, pois esta empresa, foi também, a grande especialista na contratação de mercenários de guerra, para combaterem ao lado do MPLA, nos anos 70/80 e 90, na guerra civil contra a UNITA. Foram milhares e milhares de dólares, que ainda se continuam a pagar, pela presença dos mercenários cubanos, maioritariamente regressados a Cuba, após a implantação da Resolução 435 das Nações Unidas. “O MPLA teve e tem o mérito de domesticar e manter relação com os mercenários da FNLA (os zairenses), com os da UNITA (do regime do apartheid) e os cubanos, portanto esse é um feito, que continua para prejuízo dos angolanos. Infelizmente, Angola tem quadros, mas não é feito um real enquadramento deste, nem se lhes dá oportunidade. Metade desse dinheiro daria para empregar muitos técnicos superiores angolanos e dignificar as nossas universidades, mas preferem empregar e alimentar os desempregados estrangeiros, porque assim, conseguem roubar melhor o Estado, com esta forma de corrupção, pois o sistema de ensino em Cuba pode ser bom, mas em Angola já provaram que é mau e muitos deles veêm aqui aprender”, denunciou ao F8, Manuel Agostinho.
Mas no rosário governamental, nada como nos fazer crer que fazem boas… contas. No passado dia 25 de Outubro o Presidente João Lourenço autorizou um crédito adicional ao Orçamento Geral do Estado de 2017, para “suporte das despesas de prestação de serviços” da empresa Antex, a favor do Ministério da Defesa Nacional. O documento, que não esclarece (o segredo continua a ser a alma dos negócios… ou das negociatas) o tipo de serviços prestados, autoriza a abertura do crédito adicional, para este efeito, no valor de 4.859 milhões de kwanzas (25,1 milhões de euros). O mês passado ficou a saber-se que Angola vai gastar quase 55 milhões de euros com a contratação de professores cubanos para leccionar no ensino superior público do país no actual ano académico de 2017, que termina em Dezembro. A informação resulta de dois despachos do Ministério do Ensino Superior homologando contratos com a empresa Antex, que assegura o recrutamento de especialistas cubanos para leccionarem nas universidades do país, ao abrigo do acordo de cooperação entre os dois governos na área de formação de quadros. De acordo com o primeiro destes despachos, a Antex foi contratada para recrutar professores do ensino superior, por 37,2 milhões de dólares (31,5 milhões de euros), e especificamente, com o segundo, para docentes para os cursos afectos à área da Saúde, neste caso por 27,4 milhões de dólares (23,2 milhões de euros). Trata-se de praticamente a mesma verba que o Estado desembolsou, para o mesmo efeito, no ano académico de 2016. A Antex – Antillas Exportadora é a empresa cubana que assegura o recrutamento e pagamento de médicos, professores e engenheiros de construção civil que trabalham em Angola. Em Agosto de 2015 soube-se que o Governo angolano tinha aprovado um crédito de 48 milhões de euros para pagamento de contratos com a empresa cubana Antex, devido à saída de profissionais cubanos de Angola. Em causa estava o atraso no pagamento do Estado à Antex de milhares de profissionais cubanos recrutados para trabalhar em Angola. Segundo dados de 2015 do Governo, 42% dos médicos e 70% dos profissionais de saúde no país eram então cubanos, mas a crise em Angola provocada pela quebra nas receitas da exportação de petróleo levou à partida de muitos destes profissionais que recebem os salários pela Antex, que por sua vez cobra o serviço ao Estado angolano.