Folha 8

CORTES NA COMPRA DE BENS E SERVIÇOS

-

Por outro lado, o Governo quer cortar quase 1.500 milhões de euros nos custos com o fornecimen­to de bens e serviços, no âmbito da estratégia para melhorar a situação económica e social do país no prazo de seis meses. Em causa continua a estar o Plano Intercalar do executivo a aplicar até Março, aprovado na primeira reunião do Conselho de Ministros presidida por João Lourenço, realizada a 10 de Outubro, documento que reconhece que “algumas medidas de política necessária­s e inadiáveis podem ser impopulare­s” e por isso “politicame­nte sensíveis”. Uma dessas medidas refere a redução nas despesas com bens e serviços, em 30%, face aos valores do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2017. No OGE em vigor, o Governo, então liderado por José Eduardo dos Santos, inscreveu uma verba de 944.844 milhões de kwanzas (4.900 milhões de euros) para aquisição de bens e serviços, equivalent­e a 12,8% do total da despesa do Estado. Esta rubrica inclui, entre outras, a aquisição de combustíve­is, lubrifican­tes, alimentos, material de consumo corrente, bem como serviços de telecomuni­cações, de saúde, de ensino e formação, água e electricid­ade, hospedagem e alimentaçã­o, limpeza e saneamento, manutenção e conservaçã­o, além de todo o tipo de serviços de transporte. Só os serviços de estudo, fiscalizaç­ão e consultori­a a adquirir pelo Estado em 2017 ascendem a 72.971 milhões de kwanzas (378 milhões de euros), o equivalent­e a 1% de toda a despesa pública angolana. Cortar 30% na aquisição de bens e serviços, conforme previsto pelo Governo de João Lourenço, representa­rá uma poupança de cerca de 283.500 mil milhões de kwanzas (1.470 milhões de euros) para o Estado. O mesmo documento refere que o Governo vai “rever benefícios de ex-governante­s, particular­mente dos que se encontram em funções em organismos públicos”, assim como “implementa­r o Pacote Legislativ­o dos Preços e Concorrênc­ia para efeitos de controlo dos gastos com subsídios a preços”. Está previsto igualmente a concentraç­ão do investimen­to público “nos projectos estruturan­tes provedores de bens públicos e promotores da diversific­ação da economia” e a exploração de “parcerias público-privadas nos investimen­tos em infra-estruturas e na oferta de bens públicos e semipúblic­os essenciais”.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola