CATALUNHA RESSUSCITOU O FANTASMA DE CABINDA
OGoverno de Angola, gerado com todas as manigâncias conhecidas, declarou no dia 01.11 que não reconhece a proclamação unilateral da independência da Catalunha, defendendo a “preservação” de Espanha como um “Estado unitário”. A posição surge num comunicado do Governo angolano distribuído terça-feira, em Luanda, no qual apela ainda ao executivo espanhol, e à União Europeia, através das suas instituições democráticas, para que encontrem, na base do diálogo, “as melhores vias para a restauração da ordem constitucional e dos direitos de todos os cidadãos espanhóis”. Recorda ainda que Angola e Espanha estabeleceram relações diplomáticas em 1976 e que desde essa data que os dois Estados desenvolvem uma “cooperação dinâmica e mutuamente vantajosa”, em vários domínios, que o Governo angolano afirma querer “preservar”. O Parlamento Regional da Catalunha aprovou na sex- ta-feira da semana passada a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava. Acresce que, mesmo que a oposição tivesse votado, o resultado seria o mesmo. O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou no sábado a dissolução do Parlamento Regional, a realização de eleições em 21 de Dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas. No dia 30.10, o Ministério Público espanhol apresentou acusações contra os principais membros do governo catalão por rebelião, sedição e fraude e contra a presidente do Parlamento Regional e os membros da mesa que processaram a declaração de independência.