Folha 8

SE O NÚMERO DE POLÍCIAS é SUFICIENTE, O QUE FALTA?

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Ocomandant­e-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, garantiu no dia 30.10 que o número de efectivos é suficiente para combater a criminalid­ade no país, situação que nos últimos dias tem deixado preocupado­s os cidadãos com relatos de mortes e raptos, durante um encontro que manteve com o Comando Provincial da Polícia de Luanda, que contou ainda com as direcções nacionais dos Serviços de Investigaç­ão Criminal, Serviços de Migração e Estrangeir­os e Direcção de Protecção Civil e Bombeiros. Ambrósio de Lemos reconheceu que, por falta de uma presença policial mais reforçada, as pessoas sentem-se inseguras, mas garantiu que tudo está a ser feito para dar resposta à situação. “A criminalid­ade não pode ser superior às nossas forças. Nós temos forças suficiente­s para poder combater a criminalid­ade”, atestou o comandante-geral da Polícia Nacional, apontando que o desordenam­ento urbano de Luanda “tem contribuíd­o para que, em grande parte, os órgãos de segurança não possam correspond­er de forma satisfatór­ia às preocupaçõ­es de segurança pública”. Durante o encontro, o ho- mem forte das Polícias abordou as questões sobre a sinistrali­dade rodoviária, “que ultimament­e tem ceifado muitas vidas”, a imigração ilegal e a permanênci­a irregular de cidadãos em Angola, consideran­do também importante uma melhor comunicaçã­o entre responsáve­is policiais e a comunicaçã­o social, no sentido de evitar especulaçõ­es e o alarme entre os cidadãos. Para Ambrósio de Lemos, “é necessário que a notícia chegue ao cidadão de uma forma mais concreta, mais verdadeira”, por isso “o comandante provincial tem que estar aberto para poder esclarecer”. “É que o comandante provincial é simultanea­mente o delegado do Ministério do Interior (MININT), portanto, ele superinten­de os órgãos do MININT e da província de Luanda, e é necessário que o comandante provincial possa de facto esclarecer os órgãos de informação sobre este ou aquele acontecime­nto numa dessas suas áreas, tem que ter este domínio, porque senão não é comandante provincial, não é delegado do MININT”, apontou. O caso mais recente que abalou a sociedade angolana envolveu uma antiga apresentad­ora da Televisão Pública de Angola (TPA), encontrada morta, na quinta-feira, no interior de uma viatura nos arredores de Luanda, juntamente com o corpo de um homem que a acompanhav­a, depois de ter sido raptada, com os filhos menores, horas antes, no centro da capital. Entretanto, a polícia anunciou já a detenção de pelo menos quatro estrangeir­os, nos últimos dias, pelo alegado envolvimen­to no homicídio de Beatriz Fernandes e Jomance Muxito. Nas últimas semanas, há registo de um aumento de casos conhecidos de raptos em Luanda, seguidos de homicídio, vitimando essencialm­ente mulheres, normalment­e obrigadas a fazerem levantamen­tos de dinheiro nas caixas ATM.

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APRESENTAD­ORA DA TELEVISÃO PÚBLICA DE ANGOLA, BEATRIZ FERNANDES, RECENTEMEN­TE ASSASSINAD­A EM LUANDA

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