Folha 8

TAAG REFORÇA APOSTA NOS VOOS DOMÉSTICOS

- RUI CARREIRA, COORDENADO­R ADJUNTO DA COMISSÃO DE GESTÃO DA TAAG

Atransport­adora aérea TAAG prevê que o serviço doméstico, ligando Luanda a 13 das 18 províncias, possa dar lucro a partir de 2020, necessitan­do para tal de adequar a frota a essas ligações. A posição foi assumida por Rui Carreira, coordenado­r adjunto da comissão de gestão que administra a TAAG – Linhas Aéreas de Angola, após a saída cosmética da Emirates (saiu o cabecilha, mas continua a restante equipa), que em Julho último terminou o contrato de gestão da transporta­dora angolana que vigorava desde 2014. “Faz parte do nosso plano de negócios mudar a frota, para essas cidades mais próximas de Luanda. Porque estes 737-700 [Boeing] não são para pequeno cur- so, são ideais para três horas de voo. Para estes voos de meia hora não são os mais adequados”, explicou Rui Carreira, um antigo piloto de caça da Força Área Angolana, agora na administra­ção da TAAG. O responsáve­l, ligado à refundação da TAAG e à administra­ção, anterior, de outras empresas de transporte aéreo, falava no Dun- do, capital da província da Lunda Norte, no leste do país, à chegada do voo inaugural da ligação desde Luanda, retomada no dia 31.10, após quase uma década de interregno. “O negócio doméstico não é rentável em todos os destinos. Temos Cabinda, Saurimo e Catumbela como destinos bons, mas a TAAG tem de cumprir o serviço público, naturalmen­te”, acrescento­u. A retoma da ligação regular ao Dundo, com duas frequência­s semanais, foi possível após as obras de ampliação da pista do aeroporto Kamakenzo, para permitir a aterragem de aviões de grande porte, como os 737-700 operados pela TAAG. Uma viagem de 1.200 quilómetro­s, que por estrada, a partir de Luanda, pode demorar mais de 12 horas, ficou agora reduzida a cerca de 80 minutos, tendo o voo inaugural – e os cerca de 100 primeiros passageiro­s – direito a banda de música à chegada à pista do aeroporto do Dundo. Estas ligações domésticas, de Luanda para 12 das restantes 18 províncias angolanas, realizadas apenas com aviões de grande porte, não são lucrativas para a TAAG, situação que a companhia pretende reverter com a introdução de aviões mais pequenos, turboélice, para os destinos mais próximos de Luanda. “Com a adequação da frota, nós pensamos chegar muito próximo do ‘breakeven point’ [custos iguais às receitas] no serviço doméstico, se calhar até entrar nos lucros. Vamos pensar talvez em 2019 ou 2020. Mas teremos que adequar a nossa frota aos destinos para os quais voamos”, apontou Rui Carreira, mas sem avançar o número de passageiro­s transporta­dos nestas rotas. A frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares e recebidos entre 2014 e 2016. Conta ainda com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiro­s, estes utilizados para as ligações domésticas e regionais.

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