CHINA ABRE BANCO EM ANGOLA
Enquanto isso, o Governo angolano autorizou o Banco da China a abrir uma sucursal em Angola, para desenvolver actividades financeiras bancárias. A instituição detida pelo Estado chinês vai operar no país com a designação Banco da China – sucursal em Angola. A decisão sobre a abertura da sucursal angolana do Banco da China surgiu numa altura de fortes constrangimentos no país devido à crise da cotação do petróleo, nomeadamente no acesso a divisas, colocando em causa transferências para o estrangeiro ou a importação de matéria-prima. O então governador do BNA, Valter Filipe, reconheceu em Abril que a banca do país está a ser colocada “à margem” do sistema financeiro mundial, numa aparente alusão à falta de acesso dos bancos angolanos ao circuito internacional de divisas, por dúvidas dos reguladores internacionais sobre credibilidade das instituições angolanas. Para Valter Filipe, era necessário colocar “ética e moral” na banca angolana, devendo esta ser colocada ao “serviço do bem comum”. “Devemos fazê-lo implementando em Angola as normas prudenciais e as boas práticas nacionais e internacionais, e todas as normas de combate ao branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo, porque estamos a ficar numa situação em que está a ser colocado o sistema financeiro angolano à margem do sistema financeiro mundial. E isto é grave para a prosperidade das nossas famílias”, apontou na altura. Criada em 1912, o Banco da China funcionou até 1949 como banco central chinês. Após várias transformações, ainda nas mãos do Estado mas já como banco comercial, tem vindo a concentrar atenções no apoio às empresas e comunidades chinesas fora do país, com destaque para as economias emergentes. A Lusa noticiou a 12 de Outubro de 2016 que os bancos centrais de Angola e da China estavam a acertar os pormenores de um acordo que para permitir o uso das moedas nacionais de ambos os países, nas trocas comerciais bilaterais. O acordo, cujo anúncio da sua negociação foi feito em Agosto de 2016, pela então minis- tra do Comércio de Angola, Rosa Pacavira, iria permitir que os agentes económicos de ambos os países possam usar a moeda chinesa em Angola e a angolana na China, facilitando as trocas comerciais. O objectivo passava por garantir que as transacções entre a China e Angola se faça sem recurso a uma terceira moeda.