“ANDA NO AR UMA CANÇÃO DE RODA”! I
«O tempo expôs a verdade e com isso deu razão àqueles que ousaram criticar o regime sem medo e sem cobertura de ninguém. Agora todos percebem que a verdade esteve sempre muito longe dos autores e consumadores do autoritarismo despótico do regime. O autismo politico-ideológico utilizado nos 43 anos de poder do MPLA, dificultou sempre o desenvolvimento da comunicação e das relações entre governantes e governados. A fórmula altista de governar apenas serve os interesses e objectivos das elites constituídas em poder politico e económico-financeiro, para deste modo oprimir a maioria dos cidadãos (Raúl Diniz)». Estas sábias considerações servem de ponto de partida para uma abordagem daquilo que são os Trabalhos de Hércules que o presidente João Lourenço (JLO) assumiu ao aceitar a maquiavélica homenagem que lhe prestou JES ao nomeá-lo unilateralmente como seu sucessor à presidência da República. O legado que o ex-presidente lhe deixou, tal como afirmou Severino Carlos, “é um dos piores do mundo”. A conjuntura actual é uma verdadeira catástrofe, a começar pela que, por ora, se alastra no seio do próprio partido, submetido pela força das circunstâncias a uma gerência bicéfala do Estado a braços com dois paradoxos monstros, gerados não só pela evidente impossibilidade de cumprir todas as promessas feitas por JLO nos seus discursos de campanha eleitoral ao longo de oito meses, mas também pela sua incompatibilidade com os próprios preceitos oligárquicos da clique comandada por JES, o qual persiste em tirar a JLO boa parte das suas ferramentas de comando do Estado. O que resta deste atípico imbróglio é a enorme vontade de JLO de persistir na luta pelo cumprimento das suas promessas, fazendo jus à sua reputação de homem muito arreigado ao espírito de disciplina. Mas isso é impossível, e para demonstração aqui vão as considerações de um grande revú, Nuno Dala