Folha 8

SAMAKUVA E A SÍNDROME DOS SANTOS

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Os angolanos, sobretudo os que simpatizam com a UNITA, continuam sem saber se qualquer reflexão que ultrapasse o círculo de bajuladore­s de Isaías Samakuva (é tal e qual o que se passou com Eduardo dos Santos e já se passa com João Lourenço) serve para acordar aqueles que sobrevivem com mandioca ou, pelo contrário, apenas se destinam a untar o umbigo dos que se banqueteia­m com lagostas em Luanda A UNITA, reúne a Co- missão Política no início de Dezembro, disse o seu porta-voz, Alcides Sakala, segundo o qual existe actualment­e um “consenso” para sensibiliz­ar o líder a retroceder na intenção de abandonar a liderança. O também deputado falava durante as reuniões preparatór­ias, provinciai­s, para a próxima sessão ordinária da Comissão Política. “O partido não está em crise, antes pelo contrário, está fortificad­o, mais unido e coeso e ele [Isaías Samakuva, líder da UNITA] está dentro do seu mandato, que termina em 2019. É esta a tendência, de poder continuar até terminar o mandato, mas tudo será analisado nesta reunião da Comissão Política”, indicou. Vários históricos admitiram nas últimas semanas a possibilid­ade de concorrere­m à liderança do partido fundado por Jonas Savimbi, incluindo o seu próprio filho e actual deputado da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, entre outros. A 27 de Setembro, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, anunciou que pretende abandonar a liderança, colocando o seu lugar à disposição no arranque de um novo ciclo político em Angola, após as eleições gerais de Agosto, em que o partido ficou no segundo lugar. “Afirmei aos angolanos, antes e durante a campanha eleitoral, que depois das eleições deixaria o cargo de presidente da UNITA para servir o partido numa posição diferente [concorria a Presidente da República]. Mantenho e reafirmo esta decisão”, disse Isaías Samakuva, Isaías Samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte em combate, no ano anterior, do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, o que levou ao fim da guerra civil de quase 30 anos em Angola. O segundo líder, enquanto cabeça de lista, mais votado nas eleições gerais, que viu o número de deputados eleitos quase duplicar, para 51, defendeu antes que “é chegado o momento de se desencadea­r um novo processo conducente a materializ­ação da sua decisão”, propondo por isso a realização de um congresso extraordin­ário. A decisão cabe à Comissão Política do partido, que segundo o porta-voz da UNITA pode tentar convencer Isaías Samakuva a cumprir o mandato até ao final.

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