JOSÉ LUÍS MENDONÇA RELANÇA “O REINO DAS CASUARINAS”
O poeta José Luís Mendonça relança o seu romance “O reino das Casuarinas” a 14 de Novembro no auditório Pepetela do Centro Cultural Português numa parceria com a Leya/texto Editores. A apresentação do romance estará a cargo do escritor Domingos de Barros
Oreferido lançamento visa satisfa- rezer a grande procura, por parte do público, que não conhecia a obra e teve conhecimento com a notícia da publicação do romance em língua sueca, ocorrida, recentemente, na Feira Internacional do Livro de Gotemburgo. A obra foi publicada, originariamente, em português pela Caminho e Texto Editores do, Grupo Leya, e foi lançado, primeiro, em Lisboa e, posteriormente, em Luanda, a 3 de Junho de 2014 também no Camões/centro Cultural Português. Trata-se de um romance histórico com duas histórias narradas em paralelo. A do narrador auto-digético, Nkuku, que conta a sua experiência traumática desde o início da luta de libertação, em 1961, até 1987, e a história da fundação na Floresta da ilha de Luanda de um Rreino, cuja população é composta por sete deficientes mentais (vulgo malucos), governados por uma mulher, a Rainha Eutanásia. Segundo o autor, “parece que virar maluco pode ser uma estratégia de sobrevivência humana perante os lobos do próprio homem. Este livro é uma homenagem a essa classe de sombras que ninguém vê passar no tempo”. Um dos personagens centrais é o Primitivo, que tenta, em vão resgatar valores e verdades ideológicas. Outro personagem é o gato Stravinsky, com parti- culares dotes musicais. A acção desenrola-se em vários cenários, entre a ex-alemanha Democrática e Angola dos anos 80, na época em que se iniciava a reestruturação da economia angolana, no quadro do Programa SEF (Saneamento Económico e Financeiro). Chamado a dar o seu contributo às teses do SEF, Nkuku, então funcionário do Ministério das Finanças, produz um ensaio intitulado “Se os Ministros Morassem no Musseque”, que lhe valeu ter sido despromovido. JOSÉ LUÍS MENDONÇA considera que “o registo histórico que a obra fixa é essencial para contrariar o branqueamento do passado, elevando a heróis as vítimas e o homem anónimo”. Considera ainda que “O título e localização espacial do Romance na Floresta da Ilha é um panfleto contra a destruição ecológica da Ilha de Nossa Senhora do Cabo. É uma homenagem às Casuarinas, essas belas árvores coníferas da nossa terra”.