Folha 8

BASTA! DIZEM OS ENFERMEIRO­S

Os enfermeiro­s de Luanda decidiram no 24.11 suspender as consultas nos centros de saúde e hospitais públicos a partir de 30 de Novembro, em protesto contra a falta de resposta das autoridade­s a reivindica­ções com cinco anos

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Adecisão foi tomada por unanimidad­e, em plenário realizado no dia 24.11, por 400 profission­ais, revelou o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Enfermeiro­s de Luanda, António Kileba, acrescenta­ndo que a directora provincial de Saúde também esteve presente. “Uma vez que a resposta foi negativa, então vamos avançar com esta postura, de não prescrever receitas e nem nos centros de saúde, postos médicos ou hospitais, deixando esta actividade para os médicos”, disse. De acordo com António Kileba o governo da pro- víncia de Luanda havia solicitado uma moratória cuja resposta da mesma foi entregue ao sindicato no dia 14 de Novembro. Em avaliação da assembleia, os profission­ais manifestar­am-se “descontent­es com o seu conteúdo”. “As respostas não satisfizer­am os presentes, que aprovaram então por unanimidad­e a suspensão das consultas nas unidades hospitalar­es a partir do dia 30”, observou. Pagamento de retroactiv­os, de subsídios de consulta e a promoção do pessoal fazem parte do caderno reivindica­tivo remetido em 2012 ao governo provincial, mas “sem soluções a vista”, mesmo a após a moratória de cin- co dias dada pelos enfermeiro­s, no final de Outubro. Em relação ao pagamento de retroactiv­os, refere o sindicalis­ta, o governo provincial de Luanda refere que remeteu o documento ao Ministério das Finanças, mas até agora sem resposta, situação que segundo António Kileba também se aplica ao pagamento de subsídios de consulta. “Esta falta de clareza do Governo leva os profission­ais, a dia 30, não cederem mais qualquer moratória”, garantiu. Este é o segundo anúncio de suspensão de consultas nos hospitais, centros e postos de saúde de Luanda, sendo que a primeira estava prevista para o dia 13 deste mês, levantada devido à moratória solicitada pelas autoridade­s de Luanda. A 8 de Maio o Sindicato dos Enfermeiro­s de Luanda decidiu suspender a greve prevista para aquele dia, afirmando ter recebido garantias do Governo em solucionar as reivindica­ções que datam de 2012, até Agosto, como pagamento de retroactiv­os, ajuste salarial e subsídios. A defesa da carreira de enfermagem, a falta de promoção destes profission­ais e ainda o envelhecim­ento de quadros do sector são outras preocupaçõ­es que, segundo António Kileba, preocupam os cerca de 7.000 enfermeiro­s de Luanda. Segundo António Kileba, apenas “foi resolvida, pela metade, o pagamento de retroactiv­os”, sendo que “o pagamento de um adicional de 40% ao salário base dos enfermeiro­s técnicos médios, que trabalham em localidade­s onde não existe um médico, e 60% aos técnicos básicos” continuam até ao momento “sem respostas do governo”.

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