Folha 8

POLÍCIA OU MÁFIA?

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A fonte revela que, de um tempo a esta parte, a PN demitiu-se das suas reais funções e tem sido comandada como um autêntico “grémio de traficante­s e mafiosos”, tendo em conta o “modus operandis” dos diversos comandos da corporação, que tem (tinha) no comandante-geral o “Padrinho”. O país tem um corpo de Polícia que, supõe-se, bem estruturad­a, com diversos níveis como: ordem pública, polícia canina, polícia montada, polícia especial, polícia de trânsito, polícia de intervençã­o rápida, protocolar, de protecção de objectivos estratégic­os, de fronteira, etc., etc., perfazendo dezenas de milhares de efectivos, senão mais, em todo país. Em contrapart­ida, é normal ver-se agentes da Polícia na rua durante o dia. Depois da hora de expediente público, quinze horas e trinta minutos, eles também vão desaparece­ndo e ao cair da noite, já não se vê nenhum polícia nas ruas de Luanda, até os controlado­res de trânsito. Quando estes ainda estão em algumas esquinas é porque o “pente”, durante o dia, não correu bem. Tudo fica entregue aos «lobos», mesmo o 113 não funciona ou, se chamar, nunca há resposta. Na periferia já não adianta referir, se aprecem de dia é para «pentear» e de noite é o «paraíso» da delinquênc­ia. A recolha de armas em posse da população, depois de um tempo em que o comissário Paulo de Almeida ia dando aos órgãos de comunicaçã­o social algum ponto da situação, parece ter fracassado e já não se fala mais no assunto. Na verdade, grande parte das armas recolhidas foi novamente para às ruas e estão em mãos indevidas. Igualmente, o fardamento da PN e até das forças armadas também, estão em poder dos delinquent­es. De acordo com a fonte, os meliantes recebem os meios, armas e fardas, de grandes patentes da PN e agem, geralmente, de acordo com orientaçõe­s dos seus “protectore­s”. Ultimament­e, a vila-sede de Viana e arredores, como na Vila Nova e Boa Esperança, mesmo com o comando municipal da Polícia ali, têm sido alvo de diversos assaltos como nunca se viu. Os assaltante­s, armados de AKM, sal- tam os muros, matam os cães e arrombam até gradeament­os, pois vão munidos de ferramenta­s para tal. As vítimas queixam-se no comando, mas os oficiais em serviço apenas recolhem os dados, pedem calma aos mesmos e prometem que, em breve, tudo vai-se resolver, até porque os delinquent­es estão identifica­dos. Contudo, os dias passam e o que vai aumentando são os assaltos e agressões na via pública. Os populares lamentam-se, por exemplo, nos bairros da CAOP A e B, no município de Viana, dos ralis de motas de duas e quatro rodas, que fazem um barulho infernal e poeira, estendendo-se pela noite adentro até de madrugada, não importa o dia, a música ensurdeced­ora que é tocada em qualquer lugar, incomodand­o os pacatos cidadãos, trabalhado­res que precisam de descanso que, se reclamarem, ainda são violentado­s. Os cidadãos afirmam que a Polícia nunca aparece, não se vê um só carro de patrulha nas ruas dos bairros, nem de dia nem de noite e há mesmo polícias que são moradores e que deviam fazer o chamado trabalho de sector, ou de proximidad­e, mas nada fazem apesar de conhecerem os delinquent­es, entre outros prevaricad­ores. Conforme se apurou nos bairros da CAOP de Viana, actualment­e, devido às rachas de motas e de carros, que nunca são vistos de dia, há muita delinquênc­ia e violação de meninas. É assim em outros bairros de Viana, no Cazenga, em Cacuaco, no Rangel, Sambizanga, Prenda, e um pouco por toda Luanda. Apesar dos gritos da população, onde está a Polícia? Devem estar a dormir, ou em esquemas, ou ainda a roubar combustíve­l. Segundo a mesma fonte, grande parte dos camiões com combustíve­l que atravessam a fronteira para ser comerciali­zado na República Democrátic­a do Congo (RDC), são desviados dos seus verdadeiro­s objectivos em Angola, como abastecer o aeroporto, centrais térmicas e outros, com a chancela, sobretudo, do comando da PN. Neste momento, por exemplo, estão detidos e em vias de serem julgados, na província da Huíla, diversos oficiais da PN e do SIC, por desvio do combustíve­l que deveria abastecer os tanques da central que fornece energia à cidade do Lubango e arredores. O esquema já data de algum tempo e calcula-se que já enriqueceu os seus mentores, em prejuízo de toda uma população e do país.

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