POLÍCIA OU MÁFIA?
A fonte revela que, de um tempo a esta parte, a PN demitiu-se das suas reais funções e tem sido comandada como um autêntico “grémio de traficantes e mafiosos”, tendo em conta o “modus operandis” dos diversos comandos da corporação, que tem (tinha) no comandante-geral o “Padrinho”. O país tem um corpo de Polícia que, supõe-se, bem estruturada, com diversos níveis como: ordem pública, polícia canina, polícia montada, polícia especial, polícia de trânsito, polícia de intervenção rápida, protocolar, de protecção de objectivos estratégicos, de fronteira, etc., etc., perfazendo dezenas de milhares de efectivos, senão mais, em todo país. Em contrapartida, é normal ver-se agentes da Polícia na rua durante o dia. Depois da hora de expediente público, quinze horas e trinta minutos, eles também vão desaparecendo e ao cair da noite, já não se vê nenhum polícia nas ruas de Luanda, até os controladores de trânsito. Quando estes ainda estão em algumas esquinas é porque o “pente”, durante o dia, não correu bem. Tudo fica entregue aos «lobos», mesmo o 113 não funciona ou, se chamar, nunca há resposta. Na periferia já não adianta referir, se aprecem de dia é para «pentear» e de noite é o «paraíso» da delinquência. A recolha de armas em posse da população, depois de um tempo em que o comissário Paulo de Almeida ia dando aos órgãos de comunicação social algum ponto da situação, parece ter fracassado e já não se fala mais no assunto. Na verdade, grande parte das armas recolhidas foi novamente para às ruas e estão em mãos indevidas. Igualmente, o fardamento da PN e até das forças armadas também, estão em poder dos delinquentes. De acordo com a fonte, os meliantes recebem os meios, armas e fardas, de grandes patentes da PN e agem, geralmente, de acordo com orientações dos seus “protectores”. Ultimamente, a vila-sede de Viana e arredores, como na Vila Nova e Boa Esperança, mesmo com o comando municipal da Polícia ali, têm sido alvo de diversos assaltos como nunca se viu. Os assaltantes, armados de AKM, sal- tam os muros, matam os cães e arrombam até gradeamentos, pois vão munidos de ferramentas para tal. As vítimas queixam-se no comando, mas os oficiais em serviço apenas recolhem os dados, pedem calma aos mesmos e prometem que, em breve, tudo vai-se resolver, até porque os delinquentes estão identificados. Contudo, os dias passam e o que vai aumentando são os assaltos e agressões na via pública. Os populares lamentam-se, por exemplo, nos bairros da CAOP A e B, no município de Viana, dos ralis de motas de duas e quatro rodas, que fazem um barulho infernal e poeira, estendendo-se pela noite adentro até de madrugada, não importa o dia, a música ensurdecedora que é tocada em qualquer lugar, incomodando os pacatos cidadãos, trabalhadores que precisam de descanso que, se reclamarem, ainda são violentados. Os cidadãos afirmam que a Polícia nunca aparece, não se vê um só carro de patrulha nas ruas dos bairros, nem de dia nem de noite e há mesmo polícias que são moradores e que deviam fazer o chamado trabalho de sector, ou de proximidade, mas nada fazem apesar de conhecerem os delinquentes, entre outros prevaricadores. Conforme se apurou nos bairros da CAOP de Viana, actualmente, devido às rachas de motas e de carros, que nunca são vistos de dia, há muita delinquência e violação de meninas. É assim em outros bairros de Viana, no Cazenga, em Cacuaco, no Rangel, Sambizanga, Prenda, e um pouco por toda Luanda. Apesar dos gritos da população, onde está a Polícia? Devem estar a dormir, ou em esquemas, ou ainda a roubar combustível. Segundo a mesma fonte, grande parte dos camiões com combustível que atravessam a fronteira para ser comercializado na República Democrática do Congo (RDC), são desviados dos seus verdadeiros objectivos em Angola, como abastecer o aeroporto, centrais térmicas e outros, com a chancela, sobretudo, do comando da PN. Neste momento, por exemplo, estão detidos e em vias de serem julgados, na província da Huíla, diversos oficiais da PN e do SIC, por desvio do combustível que deveria abastecer os tanques da central que fornece energia à cidade do Lubango e arredores. O esquema já data de algum tempo e calcula-se que já enriqueceu os seus mentores, em prejuízo de toda uma população e do país.