Folha 8

ELES PROMETEM OLHAR MAIS (SERÁ MESMO?) PELO CIDADÃO

DESMENTIDO SOBRE INVESTIGAÇ­ÃO A ARCHER MANGUEIRA

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Oministro do Interior de Angola, Ângelo de Veiga Tavares, exortou o novo comandante-geral da Polícia Nacional a dedicar atenção particular às zonas suburbanas de Luanda, devido às dificuldad­es sociais que enfrentam e que “propiciam crimes violentos”. As dificuldad­es sociais são de hoje, resultam da crise económica e financeira ou da sistémica má governação do MPLA que já dura há 42 anos? Embora faça parte, há muitos anos, desse má governação, Ângelo de Veiga Tavares parece que só agora chegou aos meandros do Poder. Mais vale tarde do que nunca? Talvez. Veremos. “Tenho dito com bastante responsabi­lidade, se nas outras províncias a situação é calma, Luanda merece uma atenção particular, e gostaríamo­s que essa particular­idade se sentisse mais na zona suburbana, tendo em conta as dificuldad­es enormes”, afirmou o ministro, durante a cerimónia de apresentaç­ão do novo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral, Alfredo Eduardo Mingas. Ângelo de Veiga Tavares deixou outras orientaçõe­s e “recomendaç­ões fundamenta­is do Estado” ao novo comandante da Polícia, nomeado e empossado na segunda-feira pelo Presidente João Lourenço, nomeadamen­te “o combate à imigração ilegal, ao tráfico de drogas e de moeda externa e outros crimes, principalm­ente os violentos”. “Esperamos do novo co- mandante-geral da Polícia, com o apoio dos demais efectivos, que torne a polícia mais operativa”, sublinhou o ministro. Na cerimónia foram igualmente empossados e apresentad­os os novos membros dos órgãos centrais do Ministério do Interior. O Presidente angolano nomeou na segunda-feira novas chefias para o Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME), Serviços Penitenciá­rios e Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, poucas horas depois de ter indicado também um novo comandante para a Polícia Nacional. Para o cargo de director-geral do SME, órgão policial que controla as entradas e saídas do país, o chefe de Estado nomeou o comissário Gil Famoso Sebastião da Silva, ante- rior comandante da Polícia Nacional na província do Huambo. João Lourenço nomeou ainda o comissário prisional principal Jorge de Mendonça Pereira para director do Serviço Penitenciá­rio, órgão que tutela as actuais 40 cadeias angolanas, e o comissário bombeiro Bênção Cavila Nyoka, para o cargo de comandante do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros. Ângelo de Veiga Tavares apelou, na cerimónia, a uma maior entrega e dedicação aos recém-empossados para o cumpriment­o das tarefas em prol dos cidadãos. “Ao novo director do SME solicitamo­s maior apoio sobretudo dos quadros do sector, unindo esforços para melhorar a imagem pública desses serviços”, revelando ainda que alguns departamen­tos daquela força “serão em breve reajustado­s”. Nos Serviços Penitenciá­rios, o governante apontou a melhoria da humanizaçã­o no apoio à população prisional como um dos desafios da nova direcção do sector. “Vamos procurar humanizar mais e isso passa necessaria­mente mesmo pela conclusão das obras dos estabeleci­mentos prisionais que estão numa fase de execução física muito avançada, que já está superiorme­nte autorizada”, realçou. Ângelo da Veiga Tavares acrescento­u que no Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros será garantida a melhoria da capacidade de resposta no apoio à população.

Entretanto, o director do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) de Angola, Eugénio Alexandre, desmentiu, em Luanda, que o ministro das Finanças, Archer Mangueira, esteja sob processo de investigaç­ão, por alegados crimes de corrupção. “Isso não pode correspond­er com a verdade, porque a investigaç­ão criminal não tem competênci­a para ouvir ou investigar nenhuma entidade por nomeação presidenci­al. Não temos nenhum processo contra o senhor ministro das Finanças nessa entidade e pelo que eu saiba nem a Procurador­ia também tem”, disse. Eugénio Alexandre respondia aos jornalista­s, à margem da apresentaç­ão do novo comandante-geral da Polícia Nacional, sobre notícias do alegado envolvimen­tos do ministro das Finanças no caso que levou à detenção, na sexta-feira, do director nacional do Tesouro. Eugénio Alexandre disse ainda que “está já em tribunal” o processo dos funcionári­os da Administra­ção Geral Tributária (AGT), detidos em Outubro no âmbito de uma outra investigaç­ão. “Quanto à detenção do Director Nacional do Tesouro, o processo está em curso”, adiantou. Em ambos os casos, os funcionári­os são suspeitos de desvio de fundos públicos. Em relação ao processo de investigaç­ão do mediático homicídio da apresentad­ora da Televisão Pública de Angola (TPA) e de um homem que seguia na mesma viatura, o director do SIC disse que os supostos implicados estão detidos. “O processo está em curso e nos próximos dias a direcção de investigaç­ão criminal irá apresentar os detidos que já temos em relação a este crime”, explicou. Questionad­o sobre a morosidade na resposta dos processos em investigaç­ão, Eugénio Alexandre invocou o segredo de justiça.

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