Folha 8

NETO, DOS SANTOS E (É CLARO!) JOÃO LOURENÇO

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João Lourenço continua a facturar forte na simpatia dos angolanos. Está a mudar, com rapidez embora nem sempre com qualidade, os acólitos de José Eduardo dos Santos pelos seus próprios acólitos, alguns que até há pouco tempo estavam do lado de Eduardo dos Santos. Tudo normal. Como muito bem diz o Povo, as moscas estão a mudar… mas o “ambiente” em que elas vivem ainda é o mesmo. Alguns perguntam onde estava, por onde andava, João Lourenço nos últimos anos da política governativ­a do MPLA. Estava e andava pela sua casa de sempre, junto dos seus “familiares” e amigos de sempre: Eduardo dos Santos e o MPLA. Isso significa que, com mais ou menos jindungo, os seus pratos são similares aos cozinhados lá por casa. Aliás, nas exoneraçõe­s e nomeações que enchem de uma ponta à outra a ementa de João Lourenço, saem elementos do MPLA e entram elementos do MPLA. Pelos vistos, tal como consta do ADN do partido, o MPLA continua a ser Angola e Angola a ser o MPLA. No resto da sociedade, mesmo na que não pertence a nenhum partido, não existem técnicos, gestores, ma- gistrados etc. etc. capazes de integrar o Governo e dirigir as empresas e organismos do Estado. Tal como aconteceu durante 42 anos, 38 dos quais sob a liderança de José Eduardo dos Santos, em Angola só existe o MPLA. O resto é paisagem. Assim, estamos a assistir à recriação do Estado/partido que, de facto, aparece para substituir o regime/estado. Diferenças? Nenhumas. Não adianta, para acabar com a pena de morte por fuzilament­o, substituir os atiradores. Ela só acaba se deixar de haver condenados à morte.

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