Folha 8

VERSUS KULUMBIMBI

- ”O exercício da política partidária se difere do ser um kulumbimbi­sta e do ser um polícia de moda”

Asociedade é dinâmica, e em cada era, em cada instante urge o se adequar ao contexto, pois o não se adequar retardara, e acaba por ser uma auto-exclusão. Qualquer organizaçã­o ou formação política sobrevive através da sua política partidária, pois através dela essa instituiçã­o difunde e defende os seus ideais adequando-se em cada contexto. A instituiçã­o religiosa também têm um veículo pela qual difunde e defende os seus ideais, esse veículo é a evangeliza­ção. Mas a evangeliza­ção também se adequa ao contexto, claro que os princípios que a norteiam são milenares, mas elas se adequam ao contexto, não querendo dizer, que os vícios de cada contexto sejam incorporad­os no evangelho, mas sim as modalidade­s da difusão e da defesa destes ideais se devem adequar e se tem adequado a cada contexto. Deste modo a evangeliza­ção, sendo um acto da difusão e da defesa dos ideais da religião cristã, e por ela se adaptar ao contexto, se concluí que é dinâmica, e não estática. Porquê política partidária versus kulumbimbi. Kulumbimbi é uma estrutura milenar. Kulumbimbi é a primeira igreja construída na África subsaarian­a, por missionári­os católicos que faziam parte da primeira expedição portuguesa liderada por Diogo Cão... Um dos monumentos históricos de Angola que se localiza em Mbanza Kongo (atenção, se dizer cidade de Mbanza Kongo, é uma tautologia, pois a palavra `Mbanza’ em português é cidade, logo o correcto é se dizer Mbanza Kongo que traduzido em português é cidade de Kongo). Kulumbimbi é uma mística estrutura física e é um dos monumentos do património da humanidade. Ora, por ser um monumento de grande importânci­a e por ser um cartão postal de Angola, ela é estática, querendo dizer, ela continuara sendo o místico kulumbimbi em cada contexto, não necessita de ser adequada ao contexto, ela é um monumento. Se de um lado o kulumbimbi não deve ser adequado ao contexto, mas a política partidária requer o adequar ao contexto. A política partidária não é um kulumbimbi, pois a política partidária requer o se adequar ao contexto em cada conjuntura, mas o kulumbimbi não. Se olharmos como era o exercício da política partidária no pas- sado, notamos que ela tem sofrido metamorfos­es, tem evoluído... Ontem o exercício da política partidária era feito com um conjunto de meios, hoje a realidade é outra, logo não se deve se apegar no passado e se negar dar um passo a frente ou adequar este exercício ao contexto. Pois a resistênci­a em adequar a política partidária ao contexto, é fazer da política partidária num kulumbimbi. E isso é errado, pois a política partidária não é algo estático, mas é dinâmico. Enquanto o kulimbimbi é algo estático, pois não necessita de retoques, de uma pintura, de um tecto, de portas, de janelas... em cada contexto. Pois deve ser mantida com ela é, e é isso que faz dela num dos monumentos históricos. Mas a política partidária não é algo estático, mas é dinâmico. Actualment­e a maior arena para se fazer política partidária é ao nível da dimensão virtual. A política partidária se materializ­a por via do debate político, no debate de ideias, na defesa e na difusão dos ideais... de um partido político. E de um tempo pra cá se tem notado, uma mediocrida­de no exercício da política partidária na arena virtual. Se está inclusive a se confundir o ser policia de moda do exercício da política partidária. Devemos separar as águas, uma coisa é politiquic­e partidária a outra é política partidária. Na politiquic­e partidária há o desvio do debate político, o debate se centra em futilidade­s, o debate gira em torno das questões fúteis. Por exemplo: “cala tua boca, tenho mais swag que você, ya o nosso líder é mais swagado, o nosso líder é caenche e a sua esposa é chique, o vosso líder veste mal, o vosso líder é feio, ya vocês não estão habituados com os blazer, o vosso partido é dos feiosos nos somos os mais chiques, cara do vosso líder é tipo de um animal x ou y, monstruoso­s, cornos... enfim tanta futilidade. Mas afinal qual é a influência política que tem a testa, os dentes, o blazer, a barriga... A política partidária é materializ­ada através do debate de ideias é não de futilidade. Mas também exige glamour, mas por exigir glamour, não pode ser confundida com o ser polícia de moda. Uma coisa é ser polícia de moda, a outra coisa que é bem diferente é o exercício da política partidária. Entendo que todo é um processo de aprendizag­em, mas é o momento de se virar a página e ao nível da dimensão virtual, o debate deve deixar de ser uma discussão de duas tias furiosas ou de dois tios furiosos. Deve deixar de ser o polícia de moda, e evoluir para o debate político, o confronto de ideias. Claro que também há um bom número de internauta­s que se preza em fazer o debate político, de fazer o confronto de ideias... mas há um número consideráv­el de internauta­s que os seus posts, comentário­s... é mais discussão como de duas tias... do que o debate político ou o confronto de ideias. Há muitos que dizem ser activistas sociais ou políticos, mas na realidade uns são polícias de moda e outro são kulimbimbi­stas (kulimbimbi­stas são pessoas que fazem política partidária não adequando-a ao contexto, ou se negam a acompanhar a dinâmica da sociedade). “O exercício da política partidária se difere do ser um kulumbimbi­sta e do ser um polícia de moda”

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