Folha 8

NO BORDEL SÓ EXISTEM VIRGENS?

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ALei da Probidade Pública constituiu, segundo seu articulado e os devaneios propagandí­sticos do regime, mais um passo (talvez definitivo, diziam alguns) para a boa governação, tendo em conta o reforço dos mecanismos de combate à cultura da corrupção. Resultado? Angola continua a ser um dos países mais corruptos do mundo. Recorde-se que a Assembleia Nacional aprovou, no dia 5 de Março de 2010, a Lei da Probidade Administra­tiva que visava (de acordo com a versão oficial) moralizar a actuação dos agentes públicos angolanos. Disseram na altura os acólitos de José Eduardo dos Santos, como agora dizem os de João Lourenço, que o objectivo da lei é conferir à gestão pública uma maior transparên­cia, respeito dos valores da democracia, da moralidade e dos valores éticos, universalm­ente aceites. O então presidente da República no poder desde 1979 (sem ter sido nominalmen­te eleito), do MPLA (partido no poder desde 1975) e Titular do Poder Executivo (para além de outros cargos), José Eduardo dos Santos, quando deu posse ao então novo Governo, entretanto várias vezes remodelado, reafirmou a sua aposta na “tolerância zero” aos actos ilícitos na administra­ção pública. O actual Presidente da República (não nominalmen­te eleito). Vice-presidente do MPLA (partido no poder desde 1975) e Titular do Poder Executivo, João Lourenço diz o mesmo, embora por outras palavras. Mas poderia usar as mesmas palavras até porque é um general polí- tico formado e formatado pelo MPLA. João Lourenço tenta convencer-nos que é diferente, que com ele tudo será diferente, que tem as mãos limpas. Mas onde andou nas últimas décadas o general João Lourenço? Só chegou agora? Não. Sempre foi um homem do sistema, do regime. 1984 – 1987: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial do Moxico; 1987 – 1990: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial de Benguela; 1984 – 1992: Deputado na Assembleia do Povo; 1990 – 1992: Chefe da Direcção Politica Nacional das FAPLA; 1992 – 1997: Secretário da Informação do MPLA; 1993 – 1998: Presidente do Grupo Parlamenta­r do MPLA; 1998 – 2003: Secretário-geral do MPLA; 1998 – 2003: Presidente da Comissão Constituci­onal; Membro da Comissão Permanente; Presidente da Bancada Parlamenta­r; 2003 – 2014: 1º Vice-presidente da Assembleia Nacional.

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