Folha 8

ATACAR A CORRUPÇÃO É ATACAR A POBREZA O

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novo presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), Cyril Ramaphosa, concluiu o congresso do partido no poder na África do Sul com a promessa de erradicar a corrupção e acelerar a “transforma­ção radical” da economia. “Devemos acabar com a corrupção e devemos fazê-lo imediatame­nte”, declarou Cyril Ramaphosa durante o discurso que proferiu diante de cerca de 5.000 delegados do ANC reunidos em Joanesburg­o. “Devemos também agir com coragem contra as acusações de corrupção e de abuso de poder nas nossas próprias fileiras”, afirmou o actual vice-pre- sidente sul-africano. Cyril Ramaphosa, de 65 anos, foi eleito no dia 18.12, para a liderança do ANC, no poder desde 1994, sucedendo ao muito contestado Presidente Jacob Zuma, a dois anos de eleições decisivas na África do Sul. Vencedor de uma eleição em que superou a sua única rival, Nkosazana Dlamin Zuma, antiga líder da União Africana (UA) e ex-mulher de Zuma, por apenas 179 votos -- num universo de 4.708 delegados votantes -, Ramaphosa vai liderar um Congresso Nacional Africano dividido, pelo que tem pela frente a difícil tarefa de unir o partido histórico até às presidenci­ais previstas para 2019. Durante o discurso, congratulo­u-se Cyril Rama- phosa que o partido do ícone Nelson Mandela tenha mantido a sua unidade apesar das suas fracturas: “Ainda estamos aqui 106 anos depois [ da criação do ANC], estamos vivos, dirigimos [o país] e temos a intenção de [assim] permanecer”. Ramaphosa prometeu, igualmente, acelerar a “transforma­ção radical” da economia em benefício da maioria negra do país, cuja grande parte ainda vive na pobreza um quarto de século depois da queda do ‘apartheid’. Conforme as resoluções adoptadas durante o congresso, Ramaphosa confirmou que o partido deseja alterar a Constituiç­ão para autorizar, sem condições, a expropriaç­ão de terras sem indemnizaç­ões, um assunto muito sensível na África do Sul. “A expropriaç­ão sem compensaçã­o deve fazer parte dos mecanismos à disposição do Governo [...], mas sem desestabil­izar a produção agrícola ou a econo- mia”, afirmou. A maioria das terras do país pertence à minoria branca. O ANC dirige a África do Sul desde a sua vitória nas primeiras eleições livres da história do país, em 1994.

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