MELHOR DO QUE O MPLA SÓ MESMO O… MPLA
OSecretário para a Informação e Propaganda do Bureau Político do MPLA rejeitou no dia 21.12 a existência de divisões no partido, no poder em Angola, que “cada vez mais se democratiza”, com o “sentido da crítica e autocrítica”. Uns de forma mais efusiva, outros baixinho, todos se riram. E não é para menos. Quando todos pensávamos que o MPLA era o paradigma da democracia, eis que a sua estrutura de propaganda nos vem dizer que, afinal, ele “cada vez mais se democratiza”, com o “sentido da crítica e autocrítica”. “Eu entendo que está a confundir-se algum aspecto que se quer chamar divisionismo com a crítica. Não! Nós entendemos que a crítica deve existir, quem não concorda deve criticar e quando é necessário submeter à consideração de todos a votação é a melhor via, o melhor meio, para desempatar aquilo que efectivamente não está concordante”, disse Norberto Garcia. Será que esta piada (“a crítica deve existir”, “quem não concorda deve criticar”) se candidata ao anedotário nacional de 2017 ou, eventualmente, já ao de 2018? O dirigente do MPLA, recentemente eleito para o cargo em substituição de Mário António, falava em conferência de imprensa realizada na sede do partido, no âmbito da sua estratégia de maior comunicação com a sociedade. A dita maior comunicação com sociedade, para a qual se esteve nas tintas durante 42 anos, mais não é do que uma forma de responder, taco a taco, à propaganda do Governo do seu vice-presidente, João Lourenço, que por sinal a faz à revelia do partido e amesquinhando o presidente, José Eduardo dos Santos. Norberto Garcia sublinhou que o MPLA, liderado por José Eduardo dos Santos, ex-presidente da República de Angola, “sempre foi um partido uno e indivisível do ponto de vista do formato como apresenta os seus assuntos”. “No MPLA quando há alguma opinião divergente, as opiniões e as propostas são submetidas a um sistema democrático, que se sujeitam a uma votação e é assim na democracia, o MPLA é um partido que cada vez mais se democratiza e cada vez mais tem o sentido da crítica e autocrítica”, corroborou Norberto Garcia, esquecendo-se que os angolanos podem ser pobres (e temos 20 milhões graças ao MPLA) mas não são matumbos. O político disse que o partido apoia “de modo incondicional” o actual Presidente de Angola, João Lourenço, que é também vice-presidente do MPLA, desvalorizando as informações nos últimos tempos de divisões no seio do partido. Das duas uma. Ou o MPLA