POR JOÃO LOURENÇO ANTES DOS 100 DIAS
Em menos de 100 dias de governação, o novo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, tem vindo a perder a popularidade que esteve em alta, principalmente, face às ousadas exonerações, a maioria, expectáveis: Isabel dos Santos, Tchizé dos Santos, José Eduardo Paulino dos Santos, que constituíam uma pressão e ansiedade popular, além de algumas nomeações (surpreendentes, por não trazerem nada de novo), efectuadas no aparelho do Estado. Mas, nestes dois quesitos, reconheça-se o empenho da equipa de marketing, responsável pela sua imagem. Se boa ou má, esta empreitada só o tempo dirá... Mas em alguns casos tem surpreendido até os acérrimos críticos e oposição ao regime do MPLA. O jornalista responsável e desapaixonado das ideologias tem a obriga- ção de fiscalizar a governação e efectuar críticas capazes de ajudar a melhoria da administração pública, para melhor servir os cidadãos angolanos, daí a ousadia e humildade, na abordagem do que se considera terem sido os cometidos pelo Presidente da República em menos de 100 dias de trabalho. 1 – Exonerações sem prestações de contas As exonerações, para além do efeito mediático, principalmente, as relacionadas aos filhos do ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos e membros da sua equipa de confiança, muitos acusados de desvios de fundos do Estado, não trouxeram muito mais, que isso. Elas decepcionaram, dias depois quando os cidadãos se aperceberam, não haver imputação de responsabilidade criminal, para se aferir da veracidade das acusações que pendem sobre eles. Não tendo havido isso, pode indiciar es- tar o Presidente com as mãos atadas ao não accionar os mecanismos da justiça. 2 – Nomeação ou gratificação? No tocante a chamada dança de cadeiras, vulgo nomeações, nas instituições públicas, na maioria dos casos, deram e dão a sensação de continuidade, alojando os “job for boys” do MPLA e famílias afins, na lógica da “gratificação” face a “engenharia” da “vitória eleitoral”, que o mérito profissional, académico e a honestidade intelectual, senão vejamos, estes três casos indesmentíveis: a) A nomeação “prémio” do ex-director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Consti-