Folha 8

REFLEXÕES SOBRE O ESTADO DE GRAÇA DE JLO II

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No que toca aos seus actos concretiza­dos até esta data, as exoneraçõe­s em cascada, o controlo mais apurado dos gastos públicos e as medidas tomadas para repor nos cofres do Estado o dinheiro que um número indefinido mas grandioso de criminosos do poder roubaram na era passada, a do “Eduardismo” exacerbado, a que se juntam a exoneração de Isabel dos Santos do poleiro supremo da Sonangol e de dois outros filhotes que tinham invadido, alegadamen­te por orientação sua, o canal 2 da TPA, o que podemos dizer que é urge aconselhar ao PR que se cuide. Eles não brincam, se for preciso matam, para depois serem heróis. Nestas andanças, JES não deixou passar a ocasião para dar um ar da sua graça, num lamento elegante em que se adivinham ameaças nas entrelinha­s. Veio a público afirmar com força, que o seu partido, o MPLA, é que tem por função histórica o dever de “liderar o combate à corrupção e ao nepotismo no país, males que mancham a imagem do Estado e do Governo angolano”, como quem dissesse, «Deixa-te de M…., tira-te lá daí e cala a boca». No que diz respeito às exoneraçõe­s dos seus filhotes também veio a público mais tarde. Fez uma tristíssim­a figura. Começou por dizer que ser parente de um dirigente supremo não impedia de ocupar cargos de direcção por opção deste último e que, heu… porque… heu, heu!... Nada saiu da sua boca, abanou a cabeça da esquerda para a direita e da direita para a esquerda e lá conseguiu dizer que «As regras agora mudaram». Passou ao outro assunto triste… E tanto mais triste que da última sessão do Comité Central do MPLA saiu um documento estranho e surpreende­nte em que está plasmado que o MPLA e todos os seus militantes têm por dever dar inteiro apoio ao presidente João Lourenço. O cúmulo da hipocrisia numa demonstraç­ão digna do seu comprovado maquiaveli­smo. Que se cuide o corajoso JLO, eles vão fazer tudo e mesmo mais que tudo, o que é imaginável num Estado de Direito para lhe tirar as rédeas do poder e pô-lo fora da carroça.

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