MAIS DO MESMO EM P
rovavelmente por ainda acreditar no Pai Natal, o líder da UNITA, maior partido da oposição angolana, manifestou a disponibilidade desta formação para uma concertação directa com o MPLA, força política no poder em Angola desde 1975, e o Estado, para a concretização da reconciliação nacional. Isaías Samakuva, que discursava na cerimónia de cumprimentos de fim de ano, considerou o actual momento político de Angola uma “oportunidade para os angolanos encontrarem novos caminhos e abordagens para a concretização da reconciliação nacional”. Para o presiden- te da UNITA, os princípios orientadores do diálogo poderão incluir o reconhecimento de que são todos culpados, responsáveis e vítimas do passado, que uma guerra civil não tem vencidos nem vencedores e que a história política de Angola deve ser escrita no espírito da reconciliação nacional e da construção da nação. Na sua proposta, Isaías Samakuva apresenta como pontos a incluir na agenda deste “amplo e decisivo diálogo nacional”, a afirmação da vontade política do Estado para encerrar a era da partidarização do Estado, o fim do período da utilização dos cargos públicos para enriquecimento ilícito, a abordagem da “questão mal resolvida da desmobilização dos ex- -militares, antigos combatentes e veteranos da pátria, entre outras questões. “Pela complexidade que a reconciliação nacional encerra em Angola, o modelo a seguir e os conteúdos devem revisitar as fórmulas ancestrais, as experiências contemporâneas de vários países que experimentaram o fratricídio e contextualizá-las de forma a criar-se espaço político, económico, social e cultural, onde seja possível viver a verdade, o perdão, a justiça, o reconhecimento e a aceitação recíproca”, referiu. O dirigente da UNITA considerou que o início de 2018 constitui uma oportunidade ímpar para os angolanos começarem “a partir os muros altos da partidarização do Estado” e darem início à construção dos fundamentos “para a construção de nação, inclusiva, solidária e