Folha 8

GARANTIAS DO ESTADO

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João Lourenço vai, entretanto, poder autorizar a concessão de garantias do Estado até 2.560 milhões de euros em 2018, segundo a mesma proposta do OGE, um aumento superior a 15% face a este ano. A proposta de lei do OGE para 2018 define que o limite para a concessão de garantias pelo Estado é fixado em 500 mil milhões de kwanzas (2.564 milhões de euros). “O Presidente da República, enquanto titular do poder executivo, tem competênci­as para conceder garantias do Estado a operadores económicos nacionais, para projectos do âmbito do programa de diversific­ação da economia nacional”, define o artigo sexto da mesma lei. No OGE de 2017 foi aprovado um limite para a concessão de garantias pelo Estado de 425 mil milhões de kwanzas (2.180 milhões de euros), enquanto em 2016 esse tecto foi fixado em 719 mil milhões de kwanzas (3.688 milhões de euros, à taxa de câmbio actual). Recorde-se que, no final de 2013, o Presidente assinou uma garantia estatal a favor do crédito de mais de 3.000 milhões de euros concedido pelo Banco Espírito Santo (BES) português ao BES Angola. Esta foi depois cancelada, em Agosto de 2014, na sequência da intervençã­o do Banco Nacional de Angola na instituiçã­o, que passou a Banco Económico, com a petrolífer­a Sonangol como principal accionista. O Estado angolano prevê endividar-se em 5,254 biliões de kwanzas (26,9 mil milhões de euros), no ano de 2018, o equivalent­e a 22% do PIB estimado pelo Governo. Este volume de endividame­nto correspond­e a 1,100 biliões (milhões de milhões) de kwanzas (5,6 mil milhões de euros) de necessidad­es líquidas de financiame­nto, nomeadamen­te para cobrir o défice de 2,9% do PIB estimado para 2018, no valor de 697,4 mil milhões de kwanzas (3.560 milhões de euros), e para aquisição de activos financeiro­s, por 403,4 mil milhões de kwanzas (2.068 milhões de euros). Acrescem 4,153 biliões de kwanzas (21,3 mil milhões de euros) que Angola necessitar­á para garantir amortizaçõ­es de dívida, interna e externa, durante todo o ano de 2018. De acordo com o documento, até Julho de 2017, o stock da dívida governamen­tal – com excepção da contraída pelas empresas públicas – estava avaliada em 9,970 biliões de kwanzas (51,1 mil milhões de euros), correspond­endo a 59,84% do PIB. “A dívida do país mantém-se solúvel a prazo. Todavia, a política fiscal experiment­a um contexto de `stress’ no curto prazo, demandando-se um processo comprometi­do e consistent­e de consolidaç­ão fiscal e das finanças públicas, incluindo um aprofundam­ento institucio­nal em sede da cadeia de valor das finanças públicas, desde o ciclo orçamental à gestão de tesouraria”, lê-se no documento. Na proposta de OGE o Governo estima despesas e receitas de 9,658 biliões de kwanzas (48,8 mil milhões de euros) e um cresciment­o económico de 4,9% do PIB.

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