PRONUNCIAMENTO DO PRIMEIRO-MINISTRO É UMA “BOMBA DE AL-QAEDA CONTRA A POLÍCIA NACIONAL”
Olíder da Confederação Cabo- verdiana de Sindicatos Livres ( CCSL) contra-ataca o Governo, reagindo assim contra as declarações do Primeiro-Ministro sobre a greve de três dias realizada pela Polícia Nacional. José Manuel Vaz comparou no dia 03.01, o pronunciamento de Ulisses Correira e Silva, de que a greve dos policiais foi um “atentado ao Estado do Direito Democrático”, a uma “bomba de Al-qaeda lançada contra a Polícia Nacional”. Apesar de eventuais irregularidades alegadamente referidas sobre a manifestação realizada e do supos- to envolvimento de um a gente da PN no assalto à agência do BCN na Boa Vista, esta declaração do chefe do Governo da República não caiu bem junto da opinião pública nacional. É que, fazendo fé nos comentários pelas redes sociais e espaços públicos, muitos descordam que o executivo tenha assumido praticamente uma posição de força contra a Policia Nacional, «que é uma importante instituição da República que trabalha, junto do Governo e de demais órgãos da soberania, para garantir a autoridade e segurança do Estado de Cabo Verde». Isto apesar de uma franja significativa da população ter expressado uma posição crítica sobre a forma (com batuca- das e danças) como certos agentes comportaram-se durante as manifestações de rua, promovidas, segundo o governo e Câmara da Praia, sem a prévia autorização das entidades competentes. Colocando-se do lado dos cerca de dois mil policiais associados no SINAPOL, o líder da CCSL corrobora, porém, o sentimento da opinião pública referida. Indo mais longe, José Manuel Vaz qualificou a declaração do Primeiro-ministro como sendo uma “bomba de Al-qaeda lançada contra a Polícia Nacional”. “Esperávamos um pronunciamento de diálogo, de aproximação, de entendimento e de negociações das reivindicações do Sindicato Nacio- nal da Polícia (Sinapol) e não o lançamento de uma bomba de Al-qaeda contra a Polícia Nacional”, precisou, segundo a Inforpress, José Manuel Vaz, acrescentando que a organização sindical que dirige e os policiais “rejeitam esta bomba”. Al-qaeda (“A Base”, em árabe) criada por Osama Bin Laden, em 1989,) é considerada uma organização terrorista formada, principalmente, por fundamentalistas islâmicos e árabes. O líder da Federação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) fez estas declarações durante uma conferencia de imprensa, na Cidade da Praia, para se pronunciar, pela primeira vez, sobre a greve que o sindicato da Polícia Nacio- nal convocou nos dias 27, 28 e 29 de Dezembro do ano findo. O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, ao referir-se, pela primeira vez, à primeira greve dos policiais na história dos 147 anos da Polícia Nacional, considerou-a “quase que um verdadeiro atentado ao Estado de Direito Democrático” que, segundo ele, resultou no “desrespeito pela requisição civil e em manifestações e confrontações ilegais”. Segundo José Manuel Vaz citado pela Inforpress, a CCSL e o Sinapol estão “abertos ao diálogo e às negociações” para que sejam resolvidos os “problemas graves” que afectam a Polícia Nacional.