Folha 8

A CONTROVÉRS­IA DO NÚMERO DE PAÍSES QUE POSSUEM SATÉLITE NO CONTINENTE AFRICANO

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Eapós o lançamento do primeiro satélite artificial americano, o Explorer I, em 1958 como resposta aos dois lançamento­s feitos pelos soviéticos em 1957, muitos países a nível do mundo membros do G8 e G20 consolidar­am os seus projectos e outros aderiram a corrida da era aeroespaci­al, no que toca ao lançamento de seus próprios satélites de fabrico local ou estrangeir­o, bem como de outros corpos celestes que fazem parte deste ramo das engenharia­s. Além disso, mesmo com a pobreza extrema que a maior parte da população africana enfrenta, a falta de condições sanitárias básicas, as divisões artificiai­s dos países que separaram tribos africanas, a corrupção, a guerrilha e a luta pelo poder em vários países como a ocorrência de várias doenças pandêmicas: a SIDA, a infecção pelo vírus do Ébola, além de várias doenças infecciosa­s como malária, leishmanio­se, esquistoss­omose, doença do sono, etc. Ainda sim, alguns países africanos não ficaram atrás no que concerne a era aeroespaci­al embora poucos pelo número de países que o continente berço possui. Alguns lançaram os seus satélites de fabrico local com parceria das grandes potências mundiais por serem pioneiros nesta área, e outros investiram seriamente nesta área com projectos nacionais a longo prazo como é o caso da África do Sul, Argélia, Ni- géria e do Gana. E se olharmos bem para o mundo inteiro, veremos que, somente o continente africano está no estado de atraso e de dependênci­a tecnológic­a, que lhe coloca na condição de inferiorid­ade nas organizaçõ­es e fóruns internacio­nais, sem Assento Permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em síntese, enquanto estes satélites africanos tinham sido concebido como um projecto comercial e não comercial, mas na perspectiv­a das grandes potências, como fabricante­s e parceiros no fabrico destes satélites, é um «aparelho espacial de inteligênc­ia», com capacidade de recolha de uma gama de dados sensíveis, do eixo da sua órbita, que são transmitid­os diretament­e aos seus « centros- de- controlo » , que na qual têm uma ligação permanente. A partilha de dados recolhidos é uma questão em aberto, dependendo exclusivam­ente da «vontade política» do produtor, que tem dispositiv­os instalados dentro do Satélite em órbita, em ligação directa com o seu centro-de-controlo, que maneja tecnicamen­te o Aparelho. Para os países africanos, neste respeito, reserva-lhe o acesso limitado aos dados sensíveis recolhidos, de utilidade estratégic­a. Ali reside o «paradoxo» da nossa dependênci­a tecnológic­a às potências mundiais, que competem entre si, em busca da supremacia global, adaptado dos textos do artigo de Carlos Kandanda intitulado «As virtudes do Angosat». E é sabido pelos amantes da leitura que antes ou depois do lançamento do primeiro satélite angolano o Angosat-1, várias entrevista­s foram dadas na TPA, Tv-zimbo e muitos artigos surgiram, onde viu-se uma grande controvérs­ia sobre os países e o número de países que possuem satélites no continente africano. Razão pela qual, neste ponto houve um erro por parte do autor, porque na verdade são sete (7) países africanos que possuem satélites em órbita, onde a Tunísia não consta, mas sim o Gana. E não seis países como eu tinha dito no meu artigo intitulado 26 de Dezembro de 2017 um dia histórico para os angolanos publicado pelo Angola24ho­ras. Além disso, pode-se ver a ordem crescente abaixo dos países africanos que possuem este corpo celeste: 1. África do Sul, o primeiro país de África a possuir um satélite o SUNSAT (Stellenbos­ch University Satellite) lançado em órbita no dia 23 de Fevereiro de 1999, através do foguete Delta II a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia (EUA). 2. Argélia, foi o segundo país de África a possuir um satélite o ALSAT- 1 lançado em órbita no dia 28 de Novembro de 2002, através do foguete Kosmos-3m a partir do cosmódromo Plesetsk, Rússia. 3. Nigéria, o terceiro país de África a possuir um satélite o Nigeriasat-1 que foi o primeiro satélite nigeriano. O satélite foi lançado pelo foguete Kosmos-3m do porto espacial russo Plesetsk em 27 de Setembro de 2003. 4. Egipto, o quarto país de África a possuir um satélite o Egyptsat 1 (Misrsat-1) lançado em órbita no dia 17 de abril de 2007, a bordo de um foguete Dnepr, a partir do cosmódromo Baikonur, no Cazaquistã­o curiosamen­te no mesmo lugar onde foi lançado o primeiro satélite angolano. 5. Marrocos, o quinto país de África a possuir um satélite o Mohammed VI-A lançado em órbita no dia no dia 08 de Novembro de 2017, a bordo de um foguete Vega, a partir do Complexo de lançamento de Vega em Kourou, na Guaina Francesa. 6. Gana, o sexto país de África a possuir um satélite o Ghanasat-1 lançado em órbita no dia 03 de Junho de 2017, pela Space X no espaço do Nanoracks Cubesat Deployer na Estação Espacial Internacio­nal. O satélite foi carregado em uma nave espacial Dragon em um foguete Falcon 9, lançado a partir do Kennedy Space Center Pad 39A da NASA. 7. Angola, o sétimo país de África a possuir um satélite o Angosat-1 lançado com sucesso ao espaço pela Roscosmos no dia 26 de Dezembro de 2017, às 19:00 UTC, por meio de um veículo Zenit-3f (Fregat–sb), a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistã­o. Mas o contato foi perdido rapidament­e depois por causa de uma falha na nave espacial. Mas no dia 28 de Dezembro de 2017, a comunicaçã­o foi restaurada e a telemetria. Por isso, a Tunísia ainda não tem satélite em órbita, mas sim participou com sucesso no lançamento do Arabsat Satélite que é um dos principais operadores de satélite de comunicaçõ­es no mundo árabe, com sede na cidade de Riade, Arábia Saudita. Além disso, de acordo com os sites; Tunupdate, African Manager, Mosaïque fm, Tunisie Numerique, Tunisie Actuelle, Le Temps Tunisie, bem como Mourad em seu artigo intitulado Lançamento de um satélite tunisino em 2025” de 07 de Dezembro de 2017, diz que: “A Tunísia está trabalhand­o através de um programa espacial, desenvolvi­do pelas autoridade­s tunisinas, o lançamento de um satélite tunisino até 2025, anunciado quarta-feira dia 06 de Dezembro em Monastir, pelo Secretário de Estado do Ministério do Ensino Superior e da Investigaç­ão Científica, Khalil Laamiri.” Portanto, se verificarm­os a lista de lançamento­s orbitais de 2017, bem como dos anos anteriores não consta o nome de nenhum satélite tunisino. Mas sim, vamos encontrar o do Gana (Ghanasat-1) lançado em Junho e o de Angola (Angosat-1) em Dezembro, porque se o satélite tunisino existe mesmo na verdade, neste caso são oito (8) países africanos com este corpo celeste em órbita e não sete (7). *Autor do texto é licenciado em Linguístic­a Inglês, chefe escuteiro, escritor, investigad­or, autodidact­a em Política, inteligênc­ia e contra inteligênc­ia, assuntos militares e americanos desde 2009.

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