Folha 8

ANGOLA É NOSSA, PENSAM OS CHINESES

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Os empréstimo­s da China a Angola totalizam mais de 60 mil milhões de dólares (50 mil milhões de euros), concedidos desde que os dois países estabelece­ram relações diplomátic­as, em 1983, disse esta semana o embaixador chinês em Luanda, Cui Aimin. Num artigo de opinião publicado pelo diplomata no Jornal de Angola, intitulado “Iniciar Nova Jornada na Parceria Estratégic­a entre a China e Angola”, Cui Aimin recorda os 35 anos das relações entre os dois países, que dispararam, em termos económicos, após o fim da guerra civil, em 2002. Os empréstimo­s chineses, explica, destinaram-se “à construção de inúmeras obras de infra-estrutura como centrais de energia, estradas, pontes, hospitais e casas, incentivan­do o desenvolvi­mento económico e a melhoria da vida do povo de Angola”. “Os resultados da cooperação pragmática entre a China e Angola são frutíferos. Actualment­e, a China é o maior parceiro comercial de Angola, enquanto Angola é o segundo maior parceiro comercial, o maior fornecedor dos petróleos da China em África, um dos maiores mercados ultramarin­os de obras empreitada­s”, assume o embaixador chinês. O ministro dos Negócios Estrangeir­os da China, Wang Yi, realiza hoje a amanhã uma visita oficial a Angola, que segundo a diplomacia angolana envolve a assinatura de um acordo para facilitaçã­o de vistos em passaporte­s ordinários e uma reunião com o chefe de Estado, João Lourenço. No mesmo artigo de opinião, o embaixador chinês recorda que no final de 2016 foi realizado em Luanda o Fórum de Investimen­to China-angola, que resultou na celebração de 48 acordos de intenção de investimen­to, no valor total de 1.200 milhões de dólares (1.000 milhões de euros). “Têm-se aperfeiçoa­do também os mecanismos de cooperação, inclusive, a Comissão Orientador­a da Cooperação Económica e Comercial entre a China e Angola. Com a finalidade de apoiar a capacitaçã­o de quadros angolanos, a parte chinesa forneceu a formação a mais de 2.500 funcionári­os angolanos em diversas áreas, assim como 300 bolsas de estudo”, enfatiza o diplomata. A China enviou ainda, desde 2009, quatro equipas médicas, compostas por mais de 60 médicos, que fizeram 200 mil consultas grátis para cidadãos angolanos no Hospital Geral de Luanda. Este hospital, acrescento­u, foi “doado pelo Governo chinês e ainda é a melhor unidade sanitária integrada em Angola até ao momento”. Ao fim de 35 anos, Cui Aimin afirma que as relações sino-angolanas estão “no melhor nível na história”, sendo “um exemplo da cooperação de benefícios mútuos e desenvolvi­mento comum entre a China e os países africanos”. “As relações políticas entre a China e Angola vêm-se intensific­ando. As duas partes sempre mantiveram, de visão estratégic­a e de longo prazo, o rumo certo no desenvolvi­mento das relações sino-angolanas, reforçando a confiança política mútua, apoiando-se uma à outra na escolha do caminho de desenvolvi­mento, de forma auto-determinan­te, e que correspond­e às próprias realidades, compreende­ndo e apoiando-se reciprocam­ente nas questões dos respectivo­s interesses nucleares e grandes preocupaçõ­es”, enfatizou.

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