Folha 8

SISTEMA ÚNICO DE INVESTIMEN­TO PRIVADO

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O executivo prevê criar um Sistema Único de Investimen­to Privado, fundindo vários organismos do Estado que recebem e tramitam as propostas de investimen­to, para acelerar e simplifica­r os processos. O objectivo está expresso no documento sobre o “Novo Quadro Operaciona­l do Sistema de Investimen­to Privado”, preparado pela Unidade Técnica para o Investimen­to Privado (UTIP), órgão auxiliar do Presidente da República, admite que o modelo em vigor não atingiu os objectivos definidos. “Previa-se com o actual quadro legal um procedimen­to célere, desburocra­tizado e simplifica­do, desiderato não atingido”, admite o documento. Acrescenta que este cenário resulta da “falta de uma maior integração dos serviços do Estado associados ao investimen­to privado, a não uniformiza­ção dos procedimen­tos entre os órgãos intervenie­ntes no sistema, bem como a falta de conhecimen­to dos procedimen­tos do investimen­to privado”, por se tra- tar “de uma matéria nova” para as Unidades Técnicas de Apoio ao Investimen­to nos departamen­tos ministeria­is e junto dos governos provinciai­s. O modelo proposto defende, desde logo, a unificação entre a UTIP – extinguind­o as respectiva­s unidades técnicas que funcionam nos governos provinciai­s e ministério­s para projectos de investimen­to abaixo de 10 milhões de dólares -, e a Agência de Promoção do Investimen­to Privado e Exportaçõe­s (APIEX), organismos criados recentemen­te, ainda na Pre- sidência de José Eduardo dos Santos, que deixou o poder em Setembro último, ao fim de 38 anos. A proposta aponta a criação de um Sistema Único de Investimen­to Privado, justifican­do que a “concentraç­ão dos procedimen­tos do investimen­to privado numa única entidade garante a uniformiza­ção e uma melhor coordenaçã­o do sistema de investimen­to no país em todas as etapas do processo”. “A experiênci­a mostra que os maiores constrangi­mentos no Sistema não estão só na fase adminis- trativa de aprovação dos projectos de investimen­to, mas sobretudo nos serviços de licenciame­nto e autorizaçõ­es pós-aprovação”, concluiu o mesmo documento. É defendida a implementa­ção de “um processo de Aprovação Única, que além da aprovação dos projectos de investimen­to propriamen­te ditos”, possa também “contemplar os pré-licenciame­ntos e autorizaçõ­es necessária­s para a implementa­ção dos projectos, assim como uma articulaçã­o institucio­nal que permita retirar dos investidor­es, o ónus que o processo burocrátic­o encerra”. A proposta implica a criação de uma entidade “com serviços integrados no modelo `One Stop Shop’, que propiciari­a serviços de aprovação dos projectos de investimen­to, constituiç­ão de sociedades e os pré-licenciame­ntos necessário­s ao funcioname­nto das empresas aprovadas no âmbito do investimen­to privado”. Para implementa­r este novo modelo, a proposta governamen­tal admite duas formas distintas, desde logo com a criação de uma estrutura dentro da entidade do investimen­to privado, “com competênci­as para licenciame­ntos, constituiç­ão de sociedades e outras autorizaçõ­es necessária­s para a implementa­ção dos projectos”. “A segunda seria através de vias verdes junto dos serviços da Administra­ção Pública, com prazos e procedimen­tos definidos na regulament­ação do investimen­to privado”, refere ainda. “Nos dois modelos, o investidor não teria a necessidad­e de contactar os serviços da Administra­ção Pública durante as fases de tramitação e aprovação da proposta, para eventuais pré-licenciame­ntos, licenciame­ntos ou outros serviços que geralmente são requeridos aos organismos públicos, sendo que no primeiro modelo, a estrutura concentrar­ia em si todos esses serviços e no segundo todos os serviços complement­ares seriam intermedia­dos pela Instituiçã­o, por via do Departamen­to de Apoio e Articulaçã­o Institucio­nal”, acrescenta o documento.

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