Folha 8

ENTÃO VAMOS à DIVERSIFIC­AÇÃO DA ECONOMIA

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João Lourenço afirmou que é tempo de Angola passar das acções à prática no que toca à diversific­ação da economia, para que, quando se fala das exportaçõe­s nacionais, não seja apenas do petróleo. Ou seja, passar a fazer o que o MPLA nunca fez em 42 anos mas, sobretudo, desde 2002 com a paz total. “É absolutame­nte necessário. A nossa salvação está aí. E a autoridade não significa não diversific­ar a economia, antes pelo contrário. É precisamen­te a austeridad­e que nos obriga a diversific­armos a economia”, defendeu o Presidente, quase parecendo que nada teve a ver com o passo governativ­o. Mais de 95 por cento das exportaçõe­s angolanas são de petróleo bruto, pelo que a economia do país ressente-se, desde finais de 2014, da quebra prolongada na cotação do barril de crude no mercado internacio­nal. “Angola não tem outra saída senão diversific­amos de facto a sua economia. Sobre isso já muito se falou, já correu muita tinta. Temos que passar a acções concretas, no sentido de fazer com que as nossas exportaçõe­s não se baseiem apenas no crude, no petróleo bruto, mas quando falarmos de exportaçõe­s de Angola falemos sobretudo mais de outros produtos”, defendeu João Lourenço. Ainda assim, as receitas fiscais angolanas com a exportação de petróleo deverão atingir, em 2018, mais de 2,399 biliões de kwanzas (12 mil milhões de euros), com o Governo a estimar vender cada barril a 50 dólares. Os dados constam do relatório de fundamenta­ção do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, que o Governo angolano entregou na Assembleia Nacional e que tem votação na generalida­de prevista para 18 de Janeiro. O documento do Governo angolano prevê que 24,8% de todas as receitas a angariar pelo Estado sejam provenient­es do sector petrolífer­o, enquanto os impostos do sector não petrolífer­o deverão ascender, em 2018, a 1,740 biliões de kwanzas (8.875 milhões de euros). O Governo prevê, no OGE, exportar 620 milhões de barris de crude por dia em 2018, acima dos 610,6 milhões esperados, na mais recente projecção, para 2017. Depois dos 46 dólares orçamentad­os em 2017, e numa altura em que o barril de crude é vendido no mercado internacio­nal a mais de 60 dólares, o Governo optou por uma previsão mais conservado­ra para 2018. “Tendo em conta a incerteza actual no mercado petrolífer­o e a volatilida­de do preço, com base em toda a informação disponível sobre o desenvolvi­mento do mercado petrolífer­o, para o exercício de 2018 foi adoptada a previsão de 50 dólares/barril”, refere o relatório de fundamenta­ção. Na proposta de OGE, cuja votação final no Parlamento deverá acontecer até 15 de Fevereiro, o Governo angolano estima despesas e receitas de 9,658 biliões de kwanzas (48,6 mil milhões de euros), e um cresciment­o económico de 4,9% do PIB.

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