TEIXEIRA CÂNDIDO GANHA PRIMEIRO COMBATE Á NANDÓ
Osecretário-geral do Sindicato dos Jornalistas angolanos, Teixeira Cândido, denunciou a discriminação ditatorial, vigente na Assembleia Nacional e, por via disso, havia mobilizado, e bem, a classe para no dia 18 de Janei- ro boicotar a cobertura da abertura da sessão legislativa. Instalou-se a crispação na sociedade, de afinal nada ter mudado, depois da saída de José Eduardo dos Santos. As movimentações iniciaram-se entre todas as partes: legislativo, executivo e jornalistas, na busca de um desfecho que as partes satisfizesse. E, se solução não fosse encontrada, este diferendo constituiria a primeira nódoa de suspeição, no novo consulado da Assembleia Nacional (re) liderada por Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” e, concomitantemente, macularia o actual Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, depois de toda a esperança depositada, nestes dois homens, que prometeram inaugurar postura diferente, nesta era. E, quando parecia que as únicas movimentações, dado o silêncio da Assembleia Nacional e do Sindicato dos Jornalistas, tivessem sido do auxiliar do Titular do Poder Executivo, o ministro da Comunicação Social, João Melo, com base na publicação na sua página no Twiter de que estava levantada a suspensão na cobertura, eis que num contacto com o F8, o secretário-geral do SJA, Teixeira Cândido diz o contrário, em entrevista que segue.
Folha 8 - A Assembleia Nacional respondeu aàs questões do sindicato? Amândio Teixeira Cândido - Sim, respondeu, na sequência da reunião que mantivemos com a administração parlamentar, na pessoa do seu secretário-geral. F8 - Como passarão os jornalistas a cobrir os eventos na Assembleia Nacional? TC - A nossa reclamação era no sentido de se permitir aos jornalistas o acesso à sala do plenário, uma vez que as sessões são públicas. Felizmente, o Parlamento percebeu a nossa reivindicação, e os jornalistas têm a partir do dia 18 acesso à sala do plenário. Os Grupos Parlamentares aos quais escrevemos, também, jogaram um papel importante, neste desfecho. F8- Os jornalistas terão acesso ao plenário e aos debates das comissões por especialidade? TC - Sim, terão. No dia 18.01 já tiveram acesso à sala do plenário, apesar de ter havido uma complicação inicial, re- sultado, dos colegas, segundo da intervenção soubemos da prontamente Guarda Presidencial, a Assembleia mas corrigiu e ficou sanado. F8- Haverá restrições de circulação no Parlamento, dos jornalistas da comunicação social? TC - A restrição prende-se com o facto dos jornalistas não poderem frequentar a área reservada aos assentos dos deputados, segundo o Regimento Interno, art.º 123.º. F8 - O Presidente da Assembleia Nacional terá encontros regulares com a imprensa, na Assembleia Nacional ou continuará a ser tabu? TC - Não sabemos, porque não abordamos essa questão directamente. Mas segundo o secretário-geral da Assembleia Nacional, o presidente está aberto para a imprensa. F8 - Quais as razões de ter sido o executivo a responder ao invés, na pessoa do ministro da Comunicação Social, quando não é deputado, em exercício, nem representa a Assembleia Nacional? TC - Não sabemos ao certo porque razão foi o ministro. Nós informamos ao ministro a situação dos jornalistas. Oficialmente não recebemos nada do Ministério. Mas não cruzamos os braços, fizemos diplomacia junto da Assembleia e dos Grupos Parlamentares. F8 - Não acha estranha essa intromissão? TC – Como digo não sabemos porque razão foi o ministro da Comunicação Social, a anunciar, quando não tivemos nada oficial por parte do Ministério. F8- E se um dia a Assembleia Nacional não se rever nesta promessa do Executivo? TC – Esperamos que a Assembleia Nacional cumpra, pois julgamos que é também do interesse dos deputados ver o seu trabalho na imprensa. Não é favor, é o cumprimento da Constituição e da Lei de Imprensa. A liberdade de imprensa traduz-se também no acesso às fontes, corolário do direito de informar a que a comunicação social está sujeita.