Folha 8

DÍVIDA DE 540 MILHÕES DE DÓLARES

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A dívida de Angola às companhias áreas estrangeir­as está avaliada em 540 milhões de dólares, revelou o presidente do Conselho de Administra­ção da Associação Internacio­nal de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre Juniac, consideran­do a situação preocupant­e. Falando aos jornalista­s em Luanda, a margem da conferênci­a internacio­nal sobre aviação civil, o responsáve­l considerou ainda crítica a situação dos bloqueios impostos para as transporta­doras repatriare­m os seus rendimento­s, alertando que a situação pode impedir companhias de voar para Angola. “Porque se não estiver a pagar é claro que não vai aumentar novas rotas e frequência­s para Angola, daí ser um problema que deve ser resolvido”, ob- servou. O presidente da IATA explicou ainda que a questão dos recursos bloqueados não se regista apenas em Angola, mas em mais oito países africanos, argumentan­do que apesar de estes países estarem a viver grande problemas económicos a “saída não é bloquear recursos”. “É do interesse de todos garantir o pagamento adequado das companhias áreas, a taxas de câmbio justas e no valor total”, explicou. De acordo com Alexandre Juniac, em face desta dívida, que até Dezembro se fixou em 540 milhões de dólares (441,5 milhões de euros), a IATA elaborou um plano de 12 meses já apresentad­o ao Governo angolano com o intuito de se desbloquea­r a situação. “Porque há de facto um controlo da moeda estran- geira e em África temos muitos problemas com outros países, daí que tivemos de elaborar um programa de 12 meses para dar resposta a esta situação, é isso que estamos a pedir”, sublinhou. A par da questão dos fundos bloqueados, o presidente da IATA identifico­u igualmente outros tês desafios urgentes para os governos de Angola e de outros países africanos “para uma aviação saudável e forte”, começando pela conectivid­ade. Para Angola, frisou, a abertura dos céus permitiria o “incentivo a demanda e concorrênc­ia, tornando as viagens áreas mais acessíveis, permitindo, desta forma, maiores volumes de comércio, turismo, e negócios com os restantes países africanos e o resto do mundo”. “Em Angola, o benefício permitiria mais 531.000 passageiro­s aéreos, a criação de 15.300 empregos e a geração de 137 milhões de dólares no Produto Interno Bruto (PIB)”, realçou. Em relação à segurança, o presidente da Associação Internacio­nal de Transporte Aéreo recordou que este foi sempre um desafio para África, exortando o Governo angolano a trabalhar para melhorar a sua acção com base nas recomendaç­ões das Nações Unidas. “Até agora, apenas 24 Estados africanos implementa­ram pelo menos 60% das normas e práticas recomendad­as pela Organizaçã­o da Aviação Civil Internacio­nal. A segurança é da responsabi­lidade do Governo. A IATA está pronta para ajudar Angola a fazer parte desta lista”, concluiu.

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