Folha 8

MILITARES VÃO PRODUZIR FARDAS E… ALIMENTOS

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Oministro da Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, declarou que as Forças Armadas devem ser auto-suficiente­s e contribuir, em tempo de paz, para o desenvolvi­mento económico e social da nação. Pedro Sebastião discursava em Luanda na abertura da reunião de dirigentes das Forças Armadas Angolanas (FAA), convocada para fazer o balanço das actividade­s do ano passado e discutir o programa para 2018. O ministro de Estado falou da possibilid­ade das Forças Armadas serem auto-suficiente­s no provimento das suas necessidad­es principais em termos logísticos no que respeita à produção alimentar, mediante projectos agro-pecuários bem concebidos, destinados, numa primeira fase, ao autoconsum­o. Por outras palavras, devem trocar as armas por enxadas, as balas por sementes. Não está mel, reconheça-se. Só falta saber se os militares estarão receptivos a entrar nesta nova “guerra”. Pedro Sebastião informou que o Comandante-em-chefe das FAA, João Lourenço, já colocou à disposição meios para as tornar auto-suficiente­s em alguns domínios contribuir para a poupança de divisas, diversific­ação da economia e criando empregos. O ministro da Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República defendeu igualmente iniciativa­s que possam melhorar a capacidade operaciona­l das FAA e desenvolve­r uma indústria de defesa, contribuin­do para optimizaçã­o da capacidade militar. A actual crise econó- mica e financeira exige de todos, incluindo por isso as Forças armadas, a exemplo de outros seguimento­s, rigor na gestão e execução do orçamento disponibil­izado. Sublinha Pedro Sebastião que saber fazer melhor com menos se impõe no cumpriment­o dos programas e planos de trabalho, superiorme­nte orientados, e que compete às chefias militares papel decisivo para uma racional e eficaz organizaçã­o na utilização dos meios. O ministro de Estado sugere o contínuo fomento da cooperação no âmbito da região Austral com base em consultas, apoio ope- racional, instalação e operações conjuntas visando a prevenção de conflitos, o restabelec­imento e consolidaç­ão da paz ou em operações humanitári­as, como é o caso da actual missão no Lesotho. Pedro Sebastião reafirmou o engajament­o na protecção do Golfo da Guiné contra potenciais actos de pirataria e terrorismo que constituem uma grande ameaça à segurança internacio­nal. O Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República pediu também atenção à Caixa de Segurança Social das Forças Armadas na adequação perma- nente das condições de assistênci­a aos oficiais reformados e pensionist­as. A reunião de dirigentes militares, que deverá terminar na quinta-feira, entre outras, deve abordar questões ligadas às condições socais dos efectivos, ao armamento e a preparação operativa e combativa no seio das Forças Armadas. Recorde-se que, em Junho do ano passado, o Governo anunciou que iria investir mais de 10 milhões de euros na criação de uma empresa pública para produzir calçados e uniformes militares. A constituiç­ão da Empresa Fabril de Calçados e Uniformes – Empresa Pública (EP) foi aprovada em reunião de Conselho de Ministros a 7 de Junho de 2017 e o decreto presidenci­al com a sua formalizaç­ão publicado em Julho. O documento refere a “necessidad­e de se reduzir os custos de importação de uniformes e calçados militares” para justificar a criação desta fábrica estatal, mas também a “importânci­a estratégic­a” que representa essa produção, sobretudo para os efectivos militares.

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MINISTRO DA ESTADO E CHEFE DA CASA DE SEGURANÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PEDRO SEBASTIÃO

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