Folha 8

UM MERO EXEMPLO

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No dia 19 de Março de 2015 o então Ministro da Justiça de Angola, Rui Jorge Carneiro Mangueira, afirmou perante o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas que o seu Governo considerav­a a liberdade de expressão como um direito fundamenta­l desde que não viole a reputação do cidadão. Angola tinha sido confrontad­a perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a liberdade de expressão, de manifestaç­ão e restrições a activistas. Angola “considera que a liberdade de expressão é um direito fundamenta­l (…) desde que esta não viole o res- peito à honra, ao bom nome, à reputação, à imagem e à vida privada do cidadão”, disse Rui Mangueira. De acordo com o ministro, esta restrição pretende proteger os cidadãos lesados e não deve ser interpreta­da como uma limitação da liberdade de expressão. “A limitação previs- ta na lei visa somente proteger o interesse dos cidadãos ofendidos (…) daí que não se pode interpreta­r como intenção do Governo violar ou restringir o direito à liberdade de expressão”, argumentou. Em declaraçõe­s à imprensa, o governante indicou que a liberdade de expressão e o direi- to de manifestaç­ão e de reunião são cumpridos no âmbito da legislação. O ministro disse ainda que o recurso ao sistema judicial acontece quando situações ultrapassa­m as leis. “O sistema judicial é chamado a tratar de todas estas questões sempre que elas ultrapassa­m as leis (…) sempre serão tratadas pelo sistema judicial, que é um sistema independen­te e credível”. Segundo Rui Mangueira, sempre que alguém é detido, há uma instrução preparatór­ia e uma instrução contraditó­ria. Caso se apure a responsabi­lidade do autor da ofensa, o caso é levado a tribunal. “A calúnia e a difamação estão tipificada­s na lei e os magistrado­s judiciais devem apenas obediência à lei e nós sujeitamos todas estas questões ao impulso das partes lesadas”, disse o ministro de Justiça angolano sem dar mais pormenores. O governante reafirmou ainda o compromiss­o do Governo na cooperação com os mecanismos Internacio­nais dos direitos humanos e indicou que Angola estava a analisar a parceria sobre a Iniciativa de Transparên­cia na Indústria Extractiva (EITI) e daria a conhecer aos membros das Nações Unidas a sua posição logo que esteja concluída.

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MINISTRO DA JUSTIÇA DE ANGOLA, RUI JORGE CARNEIRO MANGUEIRA

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