Folha 8

NA LUSOFONIA SOMOS (É CLARO) OS PIORES

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Angola é, dos nove Estados lusófonos, o país com menor acesso a água potável “per capita”, em que apenas 44% da população a obtém facilmente, com Portugal (100%) e Brasil (97%) no pólo oposto. No que ao reino do MPLA respeita, tudo normal. Porque carga de chuva os 20 milhões de pobres precisarão de água potável? Num relatório do Pro- grama Conjunto de Monitoriza­ção das Nações Unidas, elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), são analisadas as situações da água potável, saneamento e higiene em mais de 200 países e território­s. O documento faz a comparação entre a evolução registada em cada um dos nove países lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-leste –, tendo também em conta o respectivo aumento da população. No quadro desta análise é referido também o aumento da população nas zonas urbanas, o acesso a água que dista mais de 30 minutos do local de residência, água não melhorada e água provenient­e da superfície, como rios e lagos, entre outras fontes. No acesso a água potável canalizada, Cabo Verde surge em terceiro lugar entre os lusófonos (subiu de 78% para 86%), à frente de São Tomé e Príncipe (de 67% para 80%), Timor-Leste (não havia dados disponívei­s anteriores mas tem agora 0%), Guiné-bissau (de 53% para 69%) e Moçambique (de 22% para 47%). Angola subiu de 38% para 41%, enquanto o Brasil passou dos 94% para 97% e Portugal de 99% para 100%. O relatório sublinha que os dados são susceptíve­is de alguma “relativida­de”, tendo em conta o tamanho dos países, o total da população e o grau de desenvolvi­mento de cada um deles. À excepção de Portugal e do Brasil, todos os restantes países lusófonos, em maior ou menor escala, ainda têm bolsas da população que só conseguem obter água a mais de 30 minutos do local de re- sidência. O estudo dá ainda conta da relação entre os dados estatístic­os e a evolução da população urbana nos nove Estados lusófonos, sempre em crescendo, com o Brasil a “liderar” esta tabela, com os habitantes citadinos a subirem, em 15 anos, de 81% para 86%. Cabo Verde é o segundo país lusófono com maior cresciment­o da população urbana (aumentou de 53% para 66%), seguido por São Tomé e Príncipe (de 53% para 65%), Portugal (de 56% para 63%), Guiné-bissau (de 37% para 49%), Angola (de 32% para 44%), Guiné Equatorial (de 39% para 40%), Timor-leste (de 24% para 33%) e Moçambique (de 29% para 32%).

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