Folha 8

RUSSOS E ANGOLANOS VÃO DEFINIR REGRAS DO ANGOSAT

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Equipas técnicas de Angola e da Rússia vão reunir-se, em Abril, em Luanda, para definirem os procedimen­tos de utilização do satélite angolano, Angosat-1, lançado em órbita em Dezembro de 2017, anunciou o Governo angolano. Segundo o secretário de Estado angolano das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, Manuel Homem, o Angosat-1 está em órbita e decorrem trabalhos de verificaçã­o. “Está marcada agora a reunião, para o mês de Abril, das equipas técnicas aqui em Luanda, onde iremos informar, claramente, os procedimen­tos e os modos de utilização dessa infra-estrutura”, disse o governante. O projecto representa um investimen­to de 320 milhões de dólares do Estado angolano (269,6 milhões de euros). No início deste mês, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, garantiu na sua visita a Luanda que o satélite angolano, produzido e lançado pelos russos, vai entrar ao serviço, em Abril, como previsto. Um dia após o lançamento em órbita do satélite angolano, a 26 de Dezembro de 2017, surgiram notícias sobre problemas com a infra-estrutura, nomeadamen­te a perda de comunicaçã­o e o seu desapareci­mento, informação desmen- tida pelas autoridade­s angolanas e russas. Construído por um consórcio estatal russo, o Angosat-1 foi lançado em órbita, no Cazaquistã­o, com recurso ao foguetão ucraniano Zenit-3slb, envolvendo a Roscosmos, empresa espacial estatal da Rússia. Recorde-se que as autoridade­s de Angola de hoje, copiando o que fariam as de ontem, assegurara­m no final de Dezembro de 2017 que o primeiro satélite angolano, estava sob controlo, ao contrário de notícias divulgadas indicando que a Rússia havia perdido o contacto com o aparelho. Ou seja, o Governo desmentia o que não foi dito e, involuntar­iamente, confirmava o que foi dito. Nenhuma notícia, como se pode verificar abundantem­ente (aqui no Folha 8 por exemplo), dizia que as autoridade­s russas perderam o controlo sobre o satélite. Quanto a perder o contacto, o que é – pensamos – diferente de perder o controlo, a própria Corporação Estatal de Actividade­s Espaciais Roscosmos, órgão governamen­tal responsáve­l pelo programa de ciência espacial e pesquisa geral aeroespaci­al da Rússia, confirmava essa “dificuldad­e”, afirmando que “tudo indica que será um problema transitóri­o”. Em declaraçõe­s no passado dia 27 de Dezembro aos jornalista­s no final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado para as Tecnologia­s de Informação, Manuel Homem, rejeitou que existissem problemas nos contactos com o satélite, cumprindo-se o que estava previsto. Manuel Homem mostrou, claramente, que não sabia do que falava e, como habitual, não falava do que sabia. O que estava previsto era que o Angosat, depois de entrar em órbita, começasse a transmitir dados. E isso não aconteceu, o que levou os técnicos a falar de perda da telemetria. “O contacto cessou temporaria­mente, perdemos a telemetria”, indicou fonte do cosmódromo à agência France Presse, dizendo esperar restabelec­er o contacto com o satélite.

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