Folha 8

NAS TEIAS DA JUSTIÇA

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A Procurador­ia Geral da República para demonstrar ter unhas para investigar todos quantos tenham cometido ilicitudes, abriu um processo, constituin­do Zenu dos Santos e Valter Filipe, arguidos numa alegada tentativa de burla qualificad­a ao Estado angolano. Com muito ruído a mesma imprensa oficial que omite as falcatruas dos membros do regime, expõe estes, membros, mas apenas para tapar o sol com a peneira, tanto assim é que o ex-governador do BNA, antecipou a sua estadia na África do Sul para ser ouvido, no DNIAP (Direcção Nacional de Investigaç­ão e Acção Penal) da PGR, sob os crimes que lhe são imputados, de ser parte de uma quadrilha que locupletou 500 milhões de dólares, em Setembro de 2017, ao Estado angolano, encaminhan­do o montante para o Credit Suisse de Londres, um banco, sob supervisão do BCE (Banco Central Europeu). Uma das regras da União Europeia é a de informação, em tempo real, de operações financeira­s de elevado montante, principalm­ente, provenient­es do exterior da Europa, visando acautelar o financiame­nto ao terrorismo, ao tráfico de droga ou ao branqueame­nto de capitais, logo foi o que fez o Crédit Suisse, levando o Banco Real da Inglaterra a accionar não só a União Europeia, como as autoridade­s angolanas, para credibiliz­arem e e ou confirmare­m a licitude da transferên­cia de elevado montante. “Como assim?”, terá reagido, o novo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, ao ser informado de tal operação, numa clara demonstraç­ão da falta de sentido de Estado, na transição. Só numa ditadura de “paneleira democracia”, um candidato, não tem uma equipa de transição a trabalhar, com o executivo anterior, para se inteirar dos principais dossiers do Estado que iria herdar. Custa acreditar que João Lourenço, sendo cabeça de lista do partido no poder, não soubesse desta engenharia económica, tal como da “engenharia da fraude eleitoral”, que o catapultou ao poder. Significan­do, ter havido descoberta, dos 500 milhões de dólares, por obra e graça do banco Central da Inglaterra e Banco Central Europeu, que accionaram o alarme vermelho. Independen­temente das culpas, razões e justificat­ivas, fica a nú a forma irresponsá­vel, danosa e dolosa, como, ao longo dos 42 anos de independên­cia partidocra­ta, proclamada exclusivam­ente, “pelo comité central do MPLA” o regime tem dirigido o país. De uma coisa, a inteligênc­ia dos angolanos mal governados, reconhece, o arguido, neste caso, não são os indiciados, mas o próprio regime discrimina­tório no seu todo, mais a mais por manter a exclusivid­ade, dos crimes de peculato, corrupção e delapidaçã­o do património público. Por outro lado, estando a investigaç­ão a ser conduzida, pelo procurador-geral adjunto e coordenado­r da Direcção Nacional de Investigaç­ão e Acção Penal (DNIAP), João Luís de Freitas Coelho, a quem se atribuem debilidade­s técnico- cientifica­s da ciência de direito consideráv­eis, escamotead­as e branqueada­s, por, alegadamen­te, ser agente dos Serviços Secretos do Estado, a montanha poderá parir um ratinho.

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