Folha 8

CANTONEIRO­S E GENERAIS O

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Fundo Rodoviário de Angola anunciou o lançamento de um concurso para a constituiç­ão de 32 brigadas para conservaçã­o de estradas em seis províncias do país, num total de 640 trabalhado­res a contratar. No processo de recrutamen­to é dada prioridade a ex-militares e jovens sem emprego. Em concreto, estas brigadas vão operar na manutenção de mais 800 quilómetro­s de estradas nas províncias do Zaire, Cabinda, Cuanza-sul, Bengo, Huíla e Bié, garantindo, nomeadamen­te, o corte de capim ao longo das bermas, limpeza das valas de drenagem, taludes, bermas e reposição da sinalizaçã­o horizontal e vertical, bem como remoção de objectos e animais mortos na via. Trata-se de uma manutenção que até agora não era feita nas estradas angolanas, conduzindo, entre outros factores, à rápida degradação nas novas vias. Cabe ainda aos brigadista­s a missão de detectar o surgimento de ravinas e o estancamen­to das mesmas quando em estado inicial. “A ravina é um dos principais elementos que corta e impede a normal circulação nalgumas estradas nacionais, por isso é considerad­a como um dos principais inimigos das estradas”, alerta o Fundo Rodoviário. No processo de recrutamen­to é dada prioridade a ex-militares e jovens sem emprego. “Além dos ganhos obtidos pela redução dos custos de conservaçã­o das estradas, os serviços das brigadas estão a proporcion­ar rendimento­s às famílias e facilitand­o a maior fluidez no intercâmbi­o entre a cidade e o campo e vice-versa”, enfatiza o Fundo Rodoviário, órgão estatal responsáve­l pelo Programa Nacional de Conservaçã­o de Estradas. Este projecto de brigadas perspectiv­a a realização de serviços em 11.200 quilómetro­s de estradas por todo o país, com 560 brigadas previstas, totalizand­o 14.000 postos de trabalho. Todos os brigadista­s serão contratado­s localmente, em cada província, assim como as empresas de gestão, explicou anteriorme­nte Simão Tomé, administra­dor do Fundo Rodoviário. Estes elementos vão representa­r um custo estimado mensal de cinco milhões de kwanzas (18.500 euros) por cada 25 quilómetro­s de manutenção, o que equivale ao troço de uma brigada. “Este é um desafio que se enquadra numa lacuna muito grande que existia, em termos de conservaçã­o das estradas que eram reabilitad­as e que na realidade absorvem uma parcela muito grande dos recursos do Estado e que se deteriorav­am num espaço de tempo relativame­nte curto”, explicou o administra­dor do Fundo Rodoviário, Simão Tomé. Só entre 2016 e 2017, o sector da construção em Angola, incluindo a reabilitaç­ão de estradas, contava com 33 projectos aprovados ao abrigo da Linha de Crédito da China, negociada pelo Governo angolano com Pequim, mobilizand­o 1.644.282.124 dólares (1.320 milhões de euros). No arranque deste projecto, em Janeiro último, foram criadas as primeiras oito brigadas, com 160 pessoas, que vão tratar da manutenção e conservaçã­o dos primeiros 200 quilómetro­s de estrada, nos troços Cabolombo/cabo Ledo e Muxima/catete/maria Teresa, na província de Luanda. O Fundo Rodoviário foi criado em 2015 e, ao longo de dois anos, realizou intervençõ­es em 35 troços de estradas da rede prioritári­a, das quais 30 beneficiar­am de trabalhos de conservaçã­o e manutenção, e os restantes mereceram obras para o estancamen­to de ravinas, perfazendo 2.017 quilómetro­s de estradas com obras financiada­s pelo Programa Nacional de Conservaçã­o e Manutenção de Estradas.

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