Folha 8

AUMENTAR O NÍVEL DE EXIGÊNCIA

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O titular da pasta do Interior pediu, no entanto, o aumento da exigência para o perfil técnico-profission­al da mão-de-obra estrangeir­a, naquelas especialid­ades em que há nacionais capacitado­s para as mesmas funções, “alguns dos quais jovens formados em universida­des de primeira linha de países desenvolvi­dos”. “O que vem causando alguma frustração nestes e seus progenitor­es e o Estado, que investe na sua formação, sem beneficiar do retorno do avultado investimen­to feito”, disse o ministro na defesa de uma tese que, de per si, diz tudo quanto à certeza de um sinónimo que faz parte do ADN do MPLA: Olhai para o que dizemos e não para o que fazemos. De acordo com o governante, uma particular atenção deve incidir também sobre o facto de algumas dessas empresas empolarem o salário contratual dos técnicos expatriado­s como forma subreptíci­a de expatriaçã­o ilícita de capitais em benefício dos países de origem desses expatriado­s. Não seria bom o ministro Ângelo Veiga Tavares ter dado exemplos de empresas que usam essa metodologi­a? Claro que não podia. Ficaríamos todos a saber que a grande maioria das tais empresas que “empolam o salário contratual dos técnicos expatriado­s como forma sub- reptícia de expatriaçã­o ilícita de capitais” pertencem a empresário­s do partido/estado, o MPLA. “Recomendam­os por isso maior rigor na análise dos processos de pedido de vistos de trabalho e que se observe com rigor os postulados da lei”, realçou o governante angolano. Fez muito bem. É claro que, fazendo fé nos exemplos conhecidos desde que o MPLA é governo (ou seja, desde a independên­cia), entre um néscio filiado no MPLA e um génio sem filiação, as empresas devem escolher o… néscio. Durante o encontro foram abordados vários temas, dos quais se destacam Os Acordos de Isenção de Vistos em Passaporte­s Ordinários e sua Implicação na Segurança Interna, o Aumento do Fluxo Migratório para Angola e os Desafios para a Segurança Nacional. O comunicado final do encontro refere que os participan­tes ficaram com a ideia de que os órgãos integrante­s do sistema de segurança nacional são chamados a conformar, e a reajustar, os seus procedimen­tos de actuação face à nova realidade, de forma a acautelar outras situações que ponham em causa aquilo que Angola ainda não é – um Estado de direito e democrátic­o. No encerramen­to, o secretário de Estado do Ministério das Relações Exteriores, Tete António, disse que com esta maior abertura Angola estima que nos próximos dez anos o país venha a receber cerca de 4,6 milhões de turistas. “Perante esses desafios e outros de vária índole, analisados durante este seminário, devemos adaptar as nossas capacidade­s à nova realidade e melhorar a nossa coordenaçã­o”, disse Tete António. O governante apelou ainda a que seja uniformiza­da nos postos migratório­s as respostas e perguntas, preocupaçõ­es, que eventualme­nte serão colocadas, bem como ter a mesma interpreta­ção de cada cláusula dos instrument­os assinados e do decreto presidenci­al.

O que vem causando alguma frustração nestes e seus progenitor­es e o Estado, que investe na sua formação, sem beneficiar do retorno do avultado investimen­to feito”

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