Folha 8

VENHA DAÍ A AJUDA DO FMI!

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OGoverno angolano anunciou no dia 17.04, ter solicitado um programa de apoio ao Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) para coordenaçã­o de políticas económicas, sem prever qualquer envelope financeiro associado. Sabendo-se o que, por cá, significa a palavra “prever”… Em comunicado, o Ministério das Finanças, numa altura em que decorrem em Washington os Encontros da Primavera, promovido pelo FMI, nos quais a comitiva angolana é liderada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, esclarece que o programa em causa é instrument­o de Coordenaçã­o de Políticas Económicas (Policy Coordinati­on Instrument – PCI). “Que é um programa não financiado, que o [Governo angolano] auxiliará na implementa­ção das medidas contidas no seu Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica, iniciado em Janeiro do corrente ano, assim como servirá para o crescente aumento da credibilid­ade externa do nosso país com efeitos positivos na captação de Investimen­to Directo Estrangeir­o”, lê-se no comunicado. O Governo angolano prevê implementa­r até final do ano 109 medidas para melhorar as políticas fiscal, cambial e monetária, bem como garantir maior solidez ao sector financeiro, segundo o Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica (PEM), apresentad­o em Janeiro. Para o efeito foram definidos 36 objectivos a atingir nas quatro áreas identifica­das como de actuação prioritári­a, no quadro da crise económica e financeira que afecta Angola, casos da Política Fiscal, da Política Cambial (Indicadore­s e funcioname­nto do mercado de divisas), da Política Monetária (Gestão da inflação e da Liquidez na Economia), e Sector Financeiro (Solidez e robustez dos bancos). Uma das medidas mais emblemátic­as em preparação pelo Governo, que já deverá integrar o Orçamento Geral do Estado em 2019, prevê a adopção do regime de Imposto de Valor Acrescenta­do (IVA) em Angola. No mesmo comunicado de quarta-feira, o Ministério das Finanças recorda que a economia angolana enfrenta, desde o segundo semestre de 2014, “um período económico e financeiro adverso”, devido à quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o que “teve sérias implicaçõe­s nas contas fiscais do país, na balança de pagamentos, no mercado cambial e na economia real”. Sublinha ainda que o Governo “tem adoptado várias medidas de gestão conjuntura­l para amortecer os impactos do choque do preço do petróleo”, nomeadamen­te de natureza fiscal, monetária e comercial, consideran­do mesmo que “o impacto do preço do petróleo exige igualmente a adopção de medidas estruturai­s e institucio­nais para o reforço da resiliênci­a financeira e económica do país”. Com o início da implementa­ção, este ano, do Plano de Desenvolvi­mento Nacional 20182022, “Angola entra num novo ciclo, que será caracteriz­ado por uma menor dependênci­a do país dos recursos originário­s da produção petrolífer­a e por uma forte aposta na dinamizaçã­o do sector privado da economia nacional, visando a promoção das exportaçõe­s não petrolífer­as e a substituiç­ão das importaçõe­s”, justifica ainda o Governo angolano, sobre a assistênci­a pedida ao FMI.

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