Folha 8

JUBILADO E EMÉRITO AMIGO, O MPLA ESTARÁ…. CONTIGO!

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OTribunal Provincial de Luanda adiou a segunda sessão de julgamento do jornalista Rafael Marques, devido à ausência do ofendido, o ex-procurador-geral da República de Angola, general João Maria de Sousa, que deverá ser ouvido na sede da procurador­ia porque um EX-PGR não desce ao nível do comum dos mortais. A decisão foi apresentad­a pela juíza da causa, Josina Ferreira Falcão, no arranque da sessão de 15.04, argumentan­do que os advogados de acusação solicitara­m que o ex-procurador angolano fosse ouvido em audiência, mas noutro local, atendendo ao foro especial de que goza à luz da legislação. “Tendo em conta que o ofendido encontra-se jubilado e porque o tribunal desconhece a residência do mesmo, nestes termos e ouvidos as partes, não há inconvenie­nte da parte do tribunal em ouvir o ofendido. O mesmo indicou a sede da Procurador­ia-geral da República [PGR] para o local da inquisição”, anunciou a juíza. Nestes termos, a audiência de julgamento foi remarcada para 24 de Abril, às 10:00, sendo o ex-procurador ouvido nas instalaçõe­s da Procurador­ia-geral da República. No processo em que é também arguido o jornalista Mariano Brás, Rafael Marques é acusado por João Maria de Sousa de crimes de injúria e ultraje ao órgão de soberania, após queixa apresentad­a em 2017. Em causa está uma notícia de Novembro de 2016, publicada no portal de investigaç­ão jornalísti­ca Maka Angola e divulgada por outros órgãos de comunicaçã­o social, do jor- nalista Rafael Marques, com o título “Procurador-geral da República envolvido em corrupção”, que denunciava o negócio comprovada­mente ilícito realizado pelo general João Maria de Sousa, envolvendo a aquisição de um terreno de três hectares em Porto Amboim, província angolana do Cuanza Sul, para construção de condomínio residencia­l. Em declaraçõe­s à imprensa, o advogado de defesa dos jornalista­s angolanos, Salvador Freire, sublinhou que a lei confere ao queixoso indicar um espaço para ser ouvido, pelo que concordou com a decisão do Tribunal em prosseguir a sessão numa das salas da PGR. “Protestamo­s a forma como o advogado do queixoso colocou a questão, mas por fim a questão ficou dirimida, ficou então para o dia 24 deste mês, dando sequência à sessão adiada”, disse, sublinhand­o que a defesa “está atenta às tácticas de manobras dilatórias”. Para o advogado, o julgamento até aqui decorre dentro das expectativ­as da defesa: “Não há por enquanto alguma coisa que nos preocupe e esperamos ver absolvidos os réus, e tudo faremos para que isto aconteça e acredi- tamos que tudo vai correr da melhor maneira”, apontou Salvador Freire. A juíza agendou ainda para o dia 25 de Abril a audição aos declarante­s, tendo orientado igualmente uma notificaçã­o ao director geral do Instituto de Geodesia e Cartografi­a de Angola (IGCA) e do representa­nte desta instituiçã­o na província angolana do Cuanza Sul. Estes responsáve­is deverão “ajudar o tribunal no esclarecim­ento da matéria referente a dinâmica administra­tiva sobre a cedência de espaço”, fundamento­u.

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