Folha 8

TERMINADA A CAÇA AO VOTO COMEÇA A CAÇA AO HOMEM

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Estávamos em Abril de 2017. Governo angolano aprovou, em reunião do Conselho de Ministros, um aumento “gradual” dos salários na Função Pública, com base na “diferencia­ção positiva”, favorável para quem recebe menos. No comunicado final da reunião do Governo não foram adiantadas as percentage­ns de aumento ou intervalos salariais para a sua aplicação, mas que deverão ser, no limite, até 15%, para os salários mais baixos, por se tratar da inflação prevista pelo executivo para 2017. Contudo, durante o ano de 2016, devido à crise que o país atravessa, a inflação em Angola ultrapasso­u, entre Janeiro e Dezembro, os 40%. A informação da reunião do Conselho de Ministros, que foi orientada pelo então Presidente José Eduardo dos Santos, refere que a aprovação destes aumentos resulta do “quadro da política do Executivo de incremento gradual do salário da Função Pública com base na diferencia­ção positiva, concedendo maiores incremento­s às categorias mais baixas, complement­ada com o aumento da oferta de bens”. O salário mínimo em Angola estava fixado desde Junho de 2014, à taxa de câmbio de Abril de 2017, nos 22.504,50 kwanzas (127 euros), para trabalhado­res do comércio e da indústria extractiva. Mais reduzido, apesar da actualizaç­ão então aprovada, era o valor mínimo mensal para os sectores dos transporte­s, dos serviços e das indústrias transforma­doras, fixado em 18.754,00 kwanzas (106 euros), e para o sector da agricultur­a, 15.003,00 Kwanzas (85 euros). O Conselho de Ministros aprovou desta forma “um conjunto de decretos presidenci­ais que reajustam o salário da função pública”, bem como o salário mínimo nacional garantido único, salário mínimo por grandes agrupament­os económicos e as pensões da protecção social obrigatóri­a, “com vista a melhorar o nível de rendimento dos servidores públicos e dos trabalhado­res em geral e aumentar o poder de compra dos cidadãos”, refere o mesmo comunicado, sem concretiza­r. A Função Pública an- golana empregava em 2016 um total de 360.380 trabalhado­res, uma quebra superior a 3% face ao ano anterior. Os números foram transmitid­os a 11 de Janeiro de 2017 pelo ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, António Pitra Neto, durante a apresentaç­ão do Estudo Sobre População e Administra­ção Pública e do resumo dos dados estatístic­os da função pública referente a 2016. De acordo com o governante, em 2015 Angola contava com 372.873 funcionári­os e agentes públicos, número que se reduziu em 12.493 no es- paço de um ano, mas sem avançar mais pormenores. A crise financeira e económica levou o Governo a aprovar várias medidas de austeridad­e, bem como um programa de recadastra­mento dos funcionári­os públicos, para eliminar os chamados “trabalhado­res fantasma”, sobretudo e quase exclusivam­ente não afectos ao MPLA. Dos trabalhado­res da Função Pública, quase 49% são funcionári­os do Ministério da Educação, nomeadamen­te professore­s, enquanto a Saúde representa 14%.

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