ALGO VAI MAL NA POLÍTICA EXTERNA
Oministro das Relações Exteriores angolano exonerou o director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais, e o ministro conselheiro da embaixada de Angola em Telavive por terem “lesado a imagem” do país, noticiou o Jornal de Angola. Em despachos separados, Manuel Augusto, sem avançar mais detalhes, justificou as exonerações com a “inobservância dos procedimentos da cadeia de tomada de decisão interna e que lesou o bom nome e imagem de Angola com países com os quais mantém uma histórica relação diplomática”. O Jornal de Angola noticiou na sua edição de 21.05 que “trata-se da participação do ministro conselheiro João Diogo Fortunato, na inauguração da embaixada dos Estados Unidos da América em Jerusalém, com a anuência de Joaquim do Espírito Santo, até então director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais do Ministério das Relações Exteriores”. Os Estados Unidos da América transferiram, na semana passada, a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, o que gerou uma onda de protestos e uma escalada de violência na faixa de Gaza. Entretanto, fonte do Ministério das Relações Exteriores de Angola disse à Lusa que a exoneração de Joaquim do Espírito Santo tem alegadamente a ver com a situação que enfrenta a embaixada de Angola no Quénia, que tinha levado ao encerramento forçado das instalações devido a um litígio com o proprietário do imóvel, mais concretamente uma dívida relativa ao arrendamento. Recorde-se que Angola esteve entre os 32 países que participam das celebrações, nesta noite de 14 de Maio, por ocasião da transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém. Nas cerimónias, além de representantes de Angola estiveram presentes a Albânia, Áustria, Birmânia, Camarões, Congo, Costa do Marfim, El Salvador, Etiópia, Filipinas, Geórgia, Guatemala, Honduras, Hungria, Macedónia, Nigéria, Panamá, Paraguai Peru, Quénia, República Checa, República Democrática do Congo, República Dominicana, Roménia, Ruanda, Sérvia, Sudão do Sul, Tailândia, Ucrânia, Vietname, Tanzâ- nia e Zâmbia. De facto, alguma coisa foi mal no reino do MPLA/ Estado. isto porque Governo angolano condenou “veementemente a violência exercida pelas forças israelitas, que causou dezenas de mortos entre a população palestiniana”, recomendando que se volte às negociações. Em comunicado, o Governo de João Lourenço apelou às partes envolvidas a fazerem prova de contenção e a retomarem as negociações. A posição frisa que Angola tem acompanhado “com muita preocupação” os últimos desenvolvimentos da situação no território da Palestina, caracterizado por uma espiral de violência. Segundo o Governo de Angola, estes actos de violência, “põe em perigo os esforços da comunidade internacional para um processo negocial, baseado nas resoluções das Nações Unidas, que estabelecem a existência de dois Estados, como única solução justa e duradoura”.