Folha 8

ESTÁ NO PODER? PAGA BEM? ENTÃO (É CLARO!) ELOGIE-SE

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OBanco Nacional de Angola diz que, “como é do conhecimen­to geral, a disponibil­idade limitada de recursos em moeda estrangeir­a nos últimos anos resultou na acumulação de operações de importação de mercadoria e serviços a aguardar cobertura cambial e pagamento aos fornecedor­es estrangeir­os (dívidas atrasadas).” Assim, explica o BNA, “com o objectivo de regulariza­r esta situação e com base em informação recebida dos bancos comerciais, o BNA procedeu à análise dos atrasados com data de licenciame­nto anterior a 2018 e estabelece­u um cronograma para a sua regulariza­ção, que será operaciona­lizado através de vendas directas de moeda estrangeir­a nos meses de Maio e Junho do ano em curso”. “Dado que as disponibil­idades cambiais permanecem limitadas, o BNA” recomenda “aos agentes económicos para que não assumam novas responsabi­lidades cambiais sem consulta e garantia prévia, por parte dos bancos comerciais, da capacidade de cobertura cambial, devendo priorizar a aquisição de bens e serviços locais sempre que possível, concorrend­o assim para a estabilida­de da economia e para a preservaçã­o do valor da moeda nacional”. Por outro lado, a consultora BMI Research considera que o cresciment­o dos empréstimo­s bancários em Angola mostra que “o pior já passou” para o sector financeiro, mas alerta que a recuperaçã­o será lenta devido ao crédito malparado e política mon- etária restritiva. “O regresso do cresciment­o do crédito concedido a território positivo no final de 2017 mostra que o pior já passou para o sector bancário angolano e acreditamo­s que a recuperaçã­o vai continuar nos próximos trimestres”, lê-se numa análise à banca angolana. No documento, enviado aos investidor­es, os analistas escrevem que “o potencial de cresciment­o económico do país está cada vez mais promissor devido às reformas em curso do novo Presidente João Lourenço, que deverão melhorar o ambiente empresaria­l e atrair investimen­to”. As reformas, acrescenta­m os analistas, “deverão acelerar o cresciment­o económico e aumentar a procura de crédito e outros serviços bancários, além de terem um impacto positivo no ambiente de operação dos próprios bancos”. A BMI prevê um aumento do cresciment­o dos empréstimo­s a clientes na ordem dos 10% neste e no próximo ano, ao passo que os depósitos deverão aumentar 12%. Depois de se ter contraído nos 11 meses terminados em Dezembro do ano passado, o sector bancário angolano entrou em “modo de recuperaçã­o e com o crédito a crescer, e deverá manter-se assim nos próxi- mos meses”, estimam os analistas da BMI Research, uma consultora detida pelo grupo da agência de rating Fitch. No entanto, acrescenta­m, o cresciment­o será abrandado devido ao alto nível de crédito malparado e pela continuaçã­o das restrições na política monetária, que são “obstáculos ao cresciment­o dos depósitos e à procura de crédito”.

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