UMA CONSULTORA À MEDIDA DO MPLA
No dia 26 de Novembro de 2017, esta mesma consultora (BMI Research) considerava que a onda de exonerações em Angola, levadas a cabo por João Lourenço, significava apenas uma dança das cadeiras e não sinalizava a implementação das reformas que os seus analistas consideravam ser necessárias para o crescimento económico. “As perspectivas de crescimento continuam magras para além de 2018, já que vemos poucos sinais de que o novo Governo de Angola vá implementar o tipo de reformas necessárias para atrair investimento para a economia”, escrevoam os analistas desta consultora do Grupo Fitch. Na nota então enviada aos investidores, os analistas escreveram que “apesar de João Lourenço ter feito mudanças surpreendentes de pessoas em instituições estratégicas, nomeadamente o despedimento de Isabel dos Santos, não acreditamos que elas significam o início de um fôlego reformista”. Pelo contrário, dizia a BMI Research, “acreditamos que ao instalar os seus ministros como líderes da companhia petrolífera nacional e do banco central, Lourenço está simplesmente a tentar estabelecer a sua rede de apoio e sair da sombra da família de Dos Santos”. Na opinião dos consultores da BMI, apesar dos discursos a favor da eliminação dos monopólios em áreas estratégicas como as telecomuni- cações e a construção, “é improvável que o novo Presidente consiga desafiar as redes de conluio que permitiram a sua chegada ao poder”