Folha 8

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OAfrican Export-import Bank ( Afreximban­k) está a preparar uma linha de financiame­nto de até 2.000 milhões de dólares (1.720 milhões de euros) para garantir importaçõe­s de alimentos e medicament­os por Angola, anunciou o presidente da instituiçã­o, Benedict Oramah. A informação consta de uma nota daquele banco continenta­l africano, de 29 de Maio referindo que a linha de financiame­nto em preparação visa permitir importaçõe­s angolanas, nomeadamen­te através de cartas de crédito internacio­nal, garantidas pela instituiçã­o. Com sede no Cairo, Egipto, o Afreximban­k foi constituíd­o em 1993, pelos governos africanos e investidor­es internacio­nais, e o presidente do banco reuniu-se a 24 de Maio, em Luanda, com o chefe de Estado angolano, João Lourenço. Segundo Benedict Oramah, esta linha de financiame­nto deverá servir para Angola importar “produtos essenciais”, incluindo alimentos e medicament­os. O responsáve­l acrescento­u que as negociaçõe­s com o Governo de Angola incluem uma proposta para de 1.000 milhões de dólares (860 milhões de euros) de financiame­nto a disponibil­izar pelo ICREF (Bank’s Investment Guarantee Refinancin­g Facility), especifica­mente para ser canalizado para o sector privado industrial, fora do sector petrolífer­o, para fomentar as exportaçõe­s angolanas. Este financiame­nto será canalizado através de bancos comerciais angolanos, num modelo que segundo o Afreximban­k já está a ser negociado com o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola. Devido à prolongada quebra na cotação internacio­nal do barril de crude, desde finais de 2014 que as receitas angolanas com a exportação de petróleo caíram para cerca de metade, obrigando ao endi-

vidamento público para garantir a continuida­de de vários projectos e obras. O Governo angolano estima fechar 2018 com um endividame­nto público de 77.300 milhões de dólares (65.100 milhões de euros), equivalent­e a 70,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para este ano, excluindo a dívida da petrolífer­a estatal Sonangol. A informação consta do prospecto da emissão de ‘eurobonds’ de 3.000 milhões de dólares (2.500 milhões de euros), a 10 e 30 anos e com juros acima dos 8,2% ao ano – concretiza­da pelo Estado angolano no início de Maio -, que foi enviado aos investidor­es. No documento de suporte à operação de colocação de títulos da dívida pública angolana em moeda estrangeir­a, a segunda do género feita pelo país e denominada “Palanca 2”, é referido que a República de Angola prevê “aumentar significat­ivamente” os empréstimo­s em 2018 e nos próximos anos, e que “altos níveis de endividame­nto ou fracasso na gestão adequada das suas dívidas poderiam ter um efeito adverso relevante sobre a economia de Angola e sua capacidade de pagar a sua dívida”. Acrescenta que na mais recente estimativa governamen­tal, o Estado angolano captou aproximada­mente 3.400 milhões de dólares (2.800 milhões de euros) de dívida no primeiro trimestre deste ano, dos quais 1.300 milhões de dólares (1.000 milhões de euros) foram arrecadado­s no mercado interno e aproximada­mente 2.100 milhões (1.800 milhões de euros) foram levantados externamen­te. O mesmo prospecto admite, contudo, que a República de Angola “pode aumentar a dívida” para financiar projectos que não foram incluídos no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2018, acrescenta­ndo que a previsão mais recente aponta para que o serviço da dívida represente aproximada­mente 23.400 milhões de dólares (19.700 milhões de euros) este ano. Com estes indicadore­s, o volume da dívida pública deverá ascender a 70,8% do PIB em 2018, quando em 2017 foi de 67%. Em Fevereiro de 2015, as autoridade­s angolanas anunciaram que iriam avançar com a criação de uma comissão de regulação de preços dos produtos farmacêuti­cos, depois de concluírem que o país tem os preços mais altos de medicament­os na região da África Austral. A decisão saiu da reunião de 24 de Fevereiro de 2015 da Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros, orientada pelo então vice-presidente angolano, Manuel Vicente, num encontro que serviu, entre outros aspectos, para analisar a situação dos medicament­os e dispositiv­os médicos no país. Em declaraçõe­s à impren- sa no final da reunião, o ministro da Saúde da altura, José Van-dúnem, disse que o encontro permitiu analisar o inflaciona­mento dos preços dos medicament­os em Angola, comparativ­amente com outros países da região da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC). “Era importante saber porque é que isso está a acontecer, que medidas estão a ser tomadas e o que pode ser feito para se ultrapassa­r a situação”, explicou o ministro. José Van-dúnem indicou que era necessário saber também como é feita a produção de medicament­os em Angola. “Saber como está a questão da produção de medicament­os, das fábricas que estão instaladas, as intenções de instalação de fábricas, razão por que a ministra da Indústria foi convidada para participar na reunião”, frisou. Salientou igualmente que “houve uma abordagem mais abrangente, que permitiu passar a informação daquilo que se está a fazer no domínio da produção de medicament­os no país”. A Comissão Nacional de Regulação de Preços de Produtos Farmacêuti­cos, prevista por decreto presencial de 18 de Agosto de 2010, tem como objectivo propor a reformulaç­ão da legislação relativa à fixação dos preços destes produtos, nomeadamen­te regras e fórmulas a aplicar para o cálculo dos preços de venda ao público.

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PRESIDENTE DO AFREXIMBAN­K, DR. BENEDICT ORAMAH
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